Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Julia Spadaccini é um dos nomes expoentes do teatro em Brasília

No ano passado, ela foi duplamente indicada na categoria de melhor autor Shell

Quando pensamos no maior prêmio do teatro nacional, o Shell, a referência local imediata são os diretores Hugo Rodas e Adriano e Fernando Guimarães, que dividiram a estatueta em 1997. Mas há de se falar também na brasiliense Julia Spadaccini. Em 2014, ela foi duplamente indicada, na categoria melhor autor. Concorrendo com ela mesma, levou o prêmio por A porta da frente, e causou nova alegria a Hugo, Fernando e Adriano, que foram professores de Julia. Além do teatro, a artista de 37 anos orgulha a capital do país por meio de colaborações na tevê e no cinema. O programa Tapas e beijos e o longa Loucas para casar, por exemplo, carregam a marca da dramaturga e roteirista, que nunca para de escrever.

Começo em Brasília
Minha jornada artística começou em Brasília. Antes de escrever, queria ser atriz e minha primeira peça foi no Teatro Mapati. Tinha uns 14 anos e Tereza Padilha me dirigiu. Foi uma época deliciosa, repleta de boas lembranças. Depois, fiz aulas com a Luciana Martuchelli e integrei, como atriz, uma companhia de teatro. Naquela época, eu respirava teatro. Comecei a fazer interpretação na UnB e adorava. Tive professores maravilhosos, entre eles, Hugo Rodas, Fernando e Adriano Guimarães. Após dois anos na UnB, fiz um curso no Rio e acabei conseguindo um emprego na tevê, como atriz.

Mudança para o Rio
Fui para o Rio e transferi a faculdade. Aluguei um conjugadinho com a ajuda dos meus pais e segui tentando a vida de atriz. Fiz várias peças e me formei em artes cênicas. Depois, fiquei interessada por arte-terapia e fiz pós-graduação. Acabei me apaixonando por Jung e voltei para a faculdade para fazer psicologia.

[SAIBAMAIS]Psicologia e artes cênicas
Comecei a estagiar em uma clínica, onde trabalhava no ateliê de arte, auxiliando pacientes de saúde mental. O universo da esquizofrenia é impressionante. Fiquei completamente arrebatada. Depois de me graduar, trabalhei cinco anos dando aula de teatro para pacientes dessa área. Nesse período, comecei a fazer um diário sobre os casos clínicos de cada paciente. Um amigo, o ator Rodolfo Mesquita, leu e achou que daria uma peça. Chamamos um diretor, Renato Carrera, outro ator, Erom Cordeiro, e montamos. Sem grana, sem nada, só uma vontade imensa de estar em cena de novo, agora, como autora. Deu certo! A peça foi bem recebida e acabei ingressando no universo da dramaturgia. Escrevi outras peças e fui deixando a interpretação de lado. A psicologia foi ferramenta fundamental na minha escrita.

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