A vocação cinematográfica (e cinéfila) de Brasília já se anunciava desde sua fundação. Em meio aos festejos da inauguração da capital, o Cine Brasília recebia seus primeiros espectadores. Naquele 22 de abril de 1960, a programação era descontraída. O público deu risadas com Cary Grant e Tony Curtis em Anáguas a bordo, comédia dirigida por Blake Edwards, e também com as loucuras de Jerry Lewis, em A canoa furou.
Projetado por Oscar Niemeyer, o cinema erguido na entrequadra 106/107 Sul é o mais antigo dos espaços culturais do Plano Piloto e, com o fechamento temporário do Teatro Nacional, do Espaço Cultural Renato Russo e do Museu de Arte de Brasília (MAB), sua representatividade é ainda maior. A memória da sala confunde-se com a do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado ali desde 1965, quando o evento ainda chamava-se Semana do Cinema Brasileiro.
[SAIBAMAIS]A ;história de amor; que o diretor André Luiz Oliveira tem com o festival brasiliense e o Cine Brasília começa em 1969, quando exibiu Meteorango kid ; O herói intergalático, premiado pelo público na competição. Em 1995, o cineasta baiano radicado na capital recebeu seis prêmios com Louco por cinema, entre eles o de melhor filme e melhor diretor. Foi a primeira produção brasiliense a receber o grande prêmio do festival.
;O Cine Brasília é o templo mais simbólico do cinema brasileiro. Ele deve ser preservado em sua integridade e deve ser estimulado a atividades, muito mais que o Museu da República ou monumentos mais recentes;, acredita Oliveira. ;O que a gente sonha ali é um centro cultural muito mais amplo do que a sala de cinema. Deveria haver uma aura de proteção e construção em torno do Cine Brasília.;
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