Ex-locutor da rádio CBN, Juliano Dip passou por poucas e boas antes de integrar o time de repórteres do programa ;Custe o que custar; (;CQC;), da Bandeirantes. ;No primeiro teste, gravamos na Assembleia Legislativa de São Paulo. Já no segundo, específico para o ;Proteste Já;, cheguei a me vestir de Peppa Pig;, conta, às gargalhadas, referindo-se à porquinha adorada pelo público infantil.
Como você chegou ao CQC?
Quando soube que estavam contratando novos repórteres, fui atrás da vaga. Fiz dois testes, um em dezembro de 2014 e outro em janeiro deste ano.
Como ex-locutor, o que você leva do rádio para a televisão?
A agilidade para fazer rádio ao vivo é a base para as minhas entrevistas, porque gravamos como se fosse em tempo real mesmo. Tenho de falar logo tudo o que preciso, já que, depois, o denunciado não dará outra chance.
Quanto tempo demora uma gravação do ;Proteste já;?
Depende muito da pauta, mas é uma média de três dias.
Como o quadro funciona?
Temos uma produtora/pauteira experiente e que conhece bem o programa. Ela recebe e checa as denúncias e, muitas vezes, vai in loco fazer câmera escondida. Depois, passa as informações para o diretor, que começa a pensar no roteiro. Nessa hora, os outros produtores se reúnem com ele para debater as particularidades de cada caso. Também participo dessa etapa; é um processo de criação conjunta. Mas eles têm mais experiência na emissora e me guiam bastante.
Você chegou a assistir às edições anteriores do ;Proteste já;?
Assisti. De todos os repórteres que fizeram o quadro, tanto do Brasil quanto da Argentina. Eles foram o pontapé inicial, a minha referência.
Qual o maior desafio para fazer o quadro?
É enfrentar os denunciados. Tenho de estar por dentro do assunto, ou então eles conduzirão a entrevista e poderão esconder algumas verdades. Além, é claro, dos riscos que a gente gosta de correr, como resgatar jacaré, andar de balão e fazer as câmeras escondidas.
Alguma história, em especial, mexeu com você?
Na segunda semana de programa, gravei em Bauru, que é a minha cidade natal. Foi um grande desafio, porque era a hora de provar pra mim mesmo o meu profissionalismo. Apesar da pressão de estar ali, denunciando pessoas que eu conhecia e que ligaram para o meu telefone pessoal para se explicar depois, nós conseguimos fazer o que estava planejado. Foi uma emoção bacana contribuir para o bem da minha terra.
Ser menos conhecido ajuda na hora de gravar com os políticos?
Nada! Quem quer fugir do CQC não escolhe o repórter, só vê o microfone e já se esquiva. E é impressionante como eles fogem!
Como é sua relação com os demais integrantes do programa?
A gente se vê muito na produtora e tenho sorte, porque a galera é bem bacana. Sempre dou risadas ao lado deles. O Lucas (Salles) é rápido na piada e o Maurício (Meirelles) é muito esperto, consegue arrancar graça de tudo. O Erick (Krominski) chegou praticamente comigo e a gente está sempre trocando figurinha. O pessoal da bancada eu vejo menos, mas o (Marco) Luque e o Rafa (Rafael Cortez) me receberam bem. O Dan (Stulbach) eu já conhecia da rádio CBN. Foi uma pessoa que me deu muita força, algo pelo qual serei eternamente grato.
A pressão pela audiência chega até vocês?
Eu fico sabendo dos números pelos sites. Lá, ninguém veio pedir para eu mudar nada por causa disso, então continuamos no mesmo estilo ; que tem rendido bons elogios para o ;Proteste já;.