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Em cinco semanas, uma das séries mais influentes dos últimos anos chega ao final. Ao longo de sete temporadas, Mad men conquistou prêmios, o prestígio da crítica e uma legião de fãs que aguardam com ansiedade (e já um pouco de saudade) o desfecho de Don Draper e companhia. Mas o que há de tão sedutor nesse drama sobre publicitários nos anos 1960? A década é fascinante por si só. No entanto, ao revelar os bastidores do mundo da publicidade, o programa desmistifica a nostalgia e o sonho americano vendido nos anúncios da época.
O apelo da série de Matthew Weiner (produtor da premiada Família Soprano) não está tanto na trama, mas sim nos personagens ; desenvolvidos com profundidade e sem discursos conciliadores. Eles são construídos como pessoas de seu tempo, refletindo os preconceitos arraigados a uma época anterior aos grandes movimentos pró-direitos civis, e se transformando ao longo desse período tão tumultuado. Além disso, o rigor de Weiner com o roteiro e sua obsessão pela reconstrução meticulosa da década por meio de figurino, maquiagem e direção de arte conferiram a marca de qualidade da série.
Juntamente com Breaking bad, Mad men consolidou os caminhos abertos por séries como Família Soprano (1999;2007) e A escuta (2002;2008), na chamada segunda era de ouro da televisão americana (a primeira foi registrada entre os anos 1950 e 1960). Na contramão das propostas comerciais da TV aberta, canais fechados como HBO, AMC e Showtime adotaram uma lógica de produção mais própria do cinema independente, com temporadas curtas (com média de 10 capítulos). O publicitário Don Draper, o químico Walter White e o mafioso Tony Soprano estabeleceram o modelo do anti-herói, que ressoa, de forma ainda mais sombria, nas atuais House of cards e True detective.
Mad men acaba em um momento em que o consumo de séries muda novamente de perfil. O padrão VoD (em português vídeo sob demanda) deu força financeira empresas como Netflix e Amazon, que passaram a produzir as próprias atrações. Com qualidade reconhecida, esses trabalhos contam com altos investimentos e a participação de atores consagrados.
MAD MEN
Toda segunda-feira, às 21h, na HBO Brasil. Não recomendado para menores de 16 anos.