Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Mostra reúne 199 filmes de múltiplas vertentes do cinema independente

Diversas regiões do país nos esquemas de produção mais inusitados estão representadas na 14ª edição da Mostra do Filme Livre


É pela possibilidade de ;reinventar o mundo;, que o cineasta Tavinho Teixeira, aos 49 anos, segue apostando no cinema. Para tanto, é preciso equilibrar contas, como a imposta pelo último longa de sua autoria, Batguano: os R$ 45 mil ganhos em edital e foram complementados por ;outros R$ 40 mil tirados do bolso;. Extravagância maior, está embutida na sinopse da fita. ;O ator Everaldo Pontes interpreta Batman, e eu, o Robin. Ambos vivem no crepúsculo; numa decadência, com a idade chegando. Daí, casados, eles assumem a relação, e encaram uma peste, com o Ocidente em colapso;, adianta o diretor, premiado, em recente exibição carioca. Batguano, integrado à 14; edição da Mostra do Filme Livre (com entrada franca, no CCBB), se junta a outras 199 atrações, a serem projetadas até 27 de abril.

Confira a programação da 14; Mostra do Filme Livre

[SAIBAMAIS];Digo que tem funcionado a política cultural, e a modificação aperfeiçoou editais. O foco da produção de cinema saiu do eixo Rio-São Paulo, de verdade;, diz o paraibano Tavinho Teixeira, no terceiro filme integrado à mostra que, como ele ressalta, ;tem nome que condiz com o objetivo do que pretende ser;. Mostra do Filme Livre combina com o recorrente retrato do apocalipse, projetado pelo diretor. ;Vivemos à beira do abismo, num tempo tão imprevisível e caótico que faz criar, mas que nos demonstra o quão menos aflitivo o mundo poderia ser;, emenda. Vencedor de prêmios ; no Cine Esquema Novo (Porto Alegre), Festival de Cinema de Vitória e Festival Fronteira (Goiânia) ;, Batguano estende ponte voluntária com o cinema de Adirley Queirós (de Branco sai, preto fica). ;Adirley e eu nos afinamos, em pensamento;, diz.

Exemplo de afinamento, e também de um poço de incógnitas, a cantora Aracy de Almeida é outra a dar mote para a mostra gratuita. ;Achei ela incrível, num trabalho sobre curiosidades em torno de cantoras. Fui descobrindo a Aracy, quem ela era e vi que merecia muito um filme;, observa o diretor Aleques Eiterer, à frente de Araca ; O samba em pessoa. Aos 43 anos, ele, que é formado pela Faculdade de Cinema da Universidade Federal Fluminense (Niterói), deixou de lado a noção de mera jurada ranzinza do programa do Sílvio Santos.

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