Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Lollapalooza 2015 tem apresentações empolgantes e problemas de estrutura

Ao todo, o evento recebeu 136 mil pessoas no sábado e no domingo



Nesse último fim de semana ocorreu a quarta edição do festival Lollapalloza, em São Paulo, no Autódromo de Interlagos. O festival reuniu um total de 136 mil pessoas nos dois dias do evento, sendo 66 mil no sábado, e 70 mil no domingo. Robert Plant, Jack White, Pharell Williams, Skrillex e o DJ Calvin Harris foram os destaques do evento.

Aos 66 anos de idade, o ex-vocalista do Led Zeppelin, agraciou o público com sete sucessos da banda, como Black dog e Whole lotta love. O norte-americano, Jack White, mesclou blues e rock no palco do festival e também não deixou hits do duo The White Stripes de fora do setlist, um deles foi Seven nation army, uma das faixas mais famosas do duo. Além das canções autorais, fez covers de Elvis Presley e Gene Vincent.

[SAIBAMAIS]Pharrell Williams mostrou que Happy não é seu único sucesso, o cantor de 43 anos, apresentou várias músicas feitas em parceria com outros ícones da música pop, como Hollaback girl (Gwen Stefani), Blurred lines (Robin Thicke) e os sucessos Get lucky e Lose yourself to dance com o Daft Punk.

A cena eletrônica também animou os dois dias de festival, com destaque para Skrillex que se apresentou no sábado no palco Ônix (o DJ foi %u201Cpromovido%u201D já que, em 2012, tocou no festival no palco Perry) e Calvin Harris, que se apresentou no domingo. O escocês se apresentou sem o auxílio de banda ou vocalistas, e o público cantou junto durante toda a apresentação, que contou com os sucessos I feel so close, I need your love e Summer, que fechou o show.



Entre as atrações nacionais, a banda brasiliense Scalene abriu a programação do palco Skol no domingo, e o baixista do grupo, Lucão, afirmou ter ficado surpreso com a quantidade de público. Ele disse que se emocionou com a forma que a plateia participou do show.



Outra atração nacional de destaque foi a cantora Pitty, mesmo tendo que disputar público com a banda californiana Foster the People, que tocava no mesmo horário. A baiana abriu o show com a música Sete vidas, e durante apresentações de faixas conhecidas, como Máscaras e Admirável chip novo, o público cantou junto.

Projeto dos brasileiros Marcelo Camelo e Mallu Magalhães com o baterista português Fred Ferreira, a Banda do Mar também animou o público no primeiro dia do evento. A afinidade entre o casal foi, segundo a plateia, um dos pontos altos da apresentação.

Skrillex e Bastille foram as atrações mais citadas no twitter durante o primeiro dia do festival. Os dois picos de comentários na rede social aconteceram, às 19h52, quando o DJ começou a tocar no palco Ônix e o segundo, às 22h54, momento em que a banda britânica fechou o show ao som de Pompeii.









Problemas

No primeiro dia do festival, grande parte do público ficou sabendo do cancelamento da Marina and The Diamonds no caminho para o autódromo. Mesmo com a revolta de alguns fãs, a organização do evento explicou que não poderia reembolsar os ingressos, e nem teria como encontrar outra atração para substituir a cantora galesa. Para cobrir o buraco da programação, a banda sul-africana Kongos tocou no horário que estava destinado a ela no palco Axe.



Também no sábado, o mesmo palco causou certo desconforto para o público que assistia a performance de St. Vincent. Durante a primeira música, uma falha técnica impedia a saída de som da voz da americana ganhadora do Grammy de Melhor álbum. Ela continuou a apresentação até que o problema fosse resolvido.

Vale lembrar que o palco Axe receberia apresentação da banda Kodaline, que foi substituída dois dias antes do início do festival pelo rapper Marcelo D2 - e que tinha sido escalado para substituir o projeto SBTRKT.

Queixas do público:

>> A mobilidade entre os palcos foi uma das maiores reclamações do público que, para ir de um espaço a outro, levava cerca 30 minutos de caminhada.

>> Durante a maior parte do primeiro dia, os caixas não estavam aceitando cartões - nem crédito e nem débito - por conta de um problema na rede. A única alternativa possível para quem não tinha dinheiro vivo, era a de enfrentar as filas quilométricas dos caixas eletrônicos.

>> Na intenção de reduzir as filas, a organização estabeleceu uma moeda própria do festival, os %u201Cmangos%u201D. Cada mango custava R$ 2,50 e poderia ser comprado antecipadamente e retirado em guichês no autódromo, ou adquirido lá mesmo. As filas permaneceram grandes tanto para compra, quanto para retirada. E segundo comunicado pelo festival na semana anterior ao evento, os mangos iriam valer para comprar alimentos e bebidas dentro do autódromo. O que não aconteceu, já que alguns ambulantes estavam aceitando dinheiro.

>> Outro grande problema percebido pelo público foi o preço elevado das bebidas e alimentos. Uma simples tapioca ou espetinho custava 4 mangos, ou seja R$ 10, mesmo preço da cerveja (que, no domingo, ficou em falta a partir das 17h, causando algumas confusões com o público). Refrigerante: R$ 7,50, Água: R$ 5 (copo de 300ml). Mesmo os ambulantes que vendiam comida na moeda real, cobravam preços abusivos, um pastel custava R$ 10. E as refeições do Chef%u2019 Stage e dos food trucks chegavam a sair por volta de 30 reais.

>> A produção também não avisou que, como na edição do ano passado, cada pessoa poderia entrar com três copos de água.





>> Casos de furtos e de extravio de documentos foram registrados.

>> Só uma briga foi registrada pela polícia e envolveu dois rapazes que trabalhavam no festival.

>> Em contrapartida, turistas movimentaram R$ 93 milhões na cidade de São Paulo durante o festival, os gastos contam com hospedagem e alimentação, o último levantamento foi realizado em 2013, e contabilizou R$ 60 milhões.