A obra descreve o drama de centenas de milhares de judeus forçados a abandonar a cidade natal. Eva deixou Viena, em 1929 para iniciar uma viagem por vários países europeus. Quando os alemães invadiram a Holanda, a família toda foi obrigada a se separar. Eva e a mãe foram para um lado, o irmão Heinz e o pai para outro.
O livro detalha os medos da família. Eva conta que o pior momento foi quando colocaram a mãe na câmara de gás. E depois, quando estava voltando para Amsterdã e soube da morte do pai e do irmão. Outra memória descrita como terrível pela irmã de Anne Frank foi quando teve que arrastar mortos no campo de concentração.
Ela conta que conheceu Anne Frank ainda na infância, antes das famílias das duas se unirem. Eva era uma das amigas de Anne em Amsterdã. Se lembra da famosa personagem como uma pessoa sorridente, sonhadora e sempre muito preocupada com a aparência, totalmente o inverso de Eva. ;Era meu contrário, algo espetacular. Eu era um potro de cabelos ruivos, queimada pelo sol, roupa desalinhada de andar de bicicleta. Ana se arrumava primorosamente, vestia blusas e saias imaculadas, meias brancas e sapatos de couro envernizado. Vivíamos frente a frente;, contou em entrevista a um jornal espanhol.
Anos depois, já nos campos de concentração, a mãe de Eva, Mutti, viúva, se reencontrou com o pai de Anne, Otto Franla, também viúvo. ;Um homem amável, um cavalheiro, apesar de estar atormentado pela morte de suas filhas; uma delas, Anne Frank;. O triste destino de dor os uniu.
Eva Schloss passou décadas sem querer lembrar do passado. Mas, em 1986 foi convidada pelo governo londrino a falar algumas palavras sobre a "irmã" Anne Frank e desde então, a história tomou uma proporção maior: várias conferências internacionais, a publicação do livro e a inclusão do seu nome como membro da Ordem do Império Britânico.