Há quem diga que a bossa nova só não foi esquecida, porque no Japão ela se mantém vivíssima. Rosa Passos, chamada pelo biógrafo Ruy Castro de ;João Gilberto de saias; é popular naquele país oriental, onde já esteve se apresentando por seis vezes. Numa delas, dividiu o palco, em algumas cidades nipônicas, com o consagrado violoncelista Yo Yo Ma.
Recentemente, a Biscoito Fino decidiu relançar É luxo só, CD em que a cantora recria em 10 faixas sambas imortalizados por Elizeth Cardoso. Isso se deveu à solicitação do álbum, lançado há quatro anos ; pelo mercado japonês. Quando o disco saiu, Rosa justificou a homenagem. ;O que me levou a realizar esse projeto foi minha admiração por uma artista versátil, por uma cantora de voz e interpretação personalíssimas, que passeou por todas as vertentes da MPB, deixando sua marca de forma indelével;.
No É luxo só, Rosa canta Olhos verdes (Vicente Paiva), Último desejo (Noel Rosa), As rosas não falam (Cartola) e Saia do meu caminho (Custódio Mesquita e Evaldo Rui), além da faixa título, entre outras. ;Como a matriz desse trabalho me pertence, fui contatada pela direção da Biscoito Fino, que propôs o relançamento. Aceitei, porque circulo bem no mercado japonês;, disse a cantora.
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A parceria entre a gravadora e Rosa vai além. ;Da minha discografia fazem parte os álbuns totalmente dedicados às obras de Tom Jobim, Dorival Caymmi e Ary Barroso. Todos foram lançados pela editora Lumiar, do saudoso Almir Chediak. Adquiri as matrizes e agora a gravadora vai lançar uma coletânea, com músicas dos três discos; e depois relançar cada um virtualmente;, conta.
Rosa, que recentemente participou de um festival de jazz na Guatemala, prepara-se para voltar à Europa. Lá, ela fará shows em capitais de países nórdicos: Helsinque (Finlândia), nos dias 20 e 21 de março; e Copenhague (Dinamarca), de 23 a 27. Há algum tempo sem se apresentar em Brasília ; cidade onde iniciou a trajetória, em meados da década de 1970 ;, ela ainda não tem nenhuma apresentação aqui programada para este ano.