Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Saiba quais são os artistas plásticos negros reagem à segregação do mercado

Nomes como Renata Felinto se destacam na produção afro-brasileira

Crispim do Amaral, Heitor dos Prazeres, Abdias do Nascimento, Rubem Valentim, Sônia Gomes e Yêdamaria. São vários os artistas negros e negras nas artes plásticas brasileiras. Apesar de serem muitos, ainda não ganharam o reconhecimento merecido. Renata Felinto, 36 anos, é uma das figuras de destaque na produção afro-brasileira. A obra da paulista tem como ponto de partida a condição de mulher afrodescendente e a reflexão sobre ;os meios de reconstrução de uma identidade negra a partir das heranças de vários povos diversos entre si.;

;Abordar as temáticas de gênero e raça em um ambiente machista, racista e elitista é uma forma de gritarmos que ;estamos aqui, apesar de...;. Até que há muitas mulheres artistas brancas com visibilidade atualmente. Veja bem, Beatriz Milhazes e Adriana Varejão são as artistas das que mais vendem no Brasil e no mundo, ambas brancas, se é que Milhazes não seria branca em nenhum outro país, só no Brasil;, observa Renata. ;É persistir, é até dolorido. Os retornos são verbais e conceituais mas, raramente, financeiros;.

[SAIBAMAIS]O diálogo das obras de Renata com a identidade das mulheres negras se dá por meio de observações: família, amigas, figuras femininas que não estão na mídia e no mercado de cosméticos, moda e beleza. ;Não traduzo, nem interpreto nada. Coloco visualmente meu ponto de vista sobre estar e sentir no mundo;. A inspiração ; para trabalhos como as performances White face and blonde hair e Danço na Terra em que piso, e a série de pinturas Afro Retratos ; também está na ancestralidade, com amas de leite, mucamas, rainhas e deusas.

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