Resistência corporal é uma ideia importante quando se trata dos trabalhos de Marina Abramovic. Boa parte das performances realizadas pela artista sérvia exigem do corpo um preparo físico tão bom quanto o psicológico. João Angelini imagina que esse detalhe deve ter pesado quando a equipe de produção da artista escolheu o grupo EmpreZa como um dos oito artistas selecionados para participar da exposição de Marina em São Paulo, no início de março. Fundado por Babidu e Paulo Veiga há 14 anos, o coletivo goiano reúne hoje 10 artistas. Angelini e Marcela Campos são os dois nomes de Brasília que integram o grupo.
[SAIBAMAIS]As conversas com a produção da artista começaram há mais de um ano e, durante o primeiro encontro, Angelini percebeu que o trabalho do EmpreZa era familiar para a artista, nome mais importante da performance no mundo. ;Tivemos uma reunião com ela e percebemos que ela já conhecia bem o trabalho do coletivo;, conta. ;A gente entendeu que tinha uma pesquisa prévia.; Ontem, os integrantes do EmpreZa seguiram para São Paulo para se reunir com a artista e dar início a uma espécie de preparo que consiste em alguns dias de isolamento e imersão no Método Abramovic.
Marina é conhecida por longas performances nas quais a emoção, a posição do indivíduo no mundo e, principalmente, o ato de provocar um inevitável embaraço no público formam combinações poderosas. Conhecida como a avó da performance, ela já passou mais de 700 horas sentada à mesa em uma galeria do Museu de Arte de Nova York (MoMA) encarando, muda, quem se sentasse diante dela. Em 1974, na performance Rythm O, convidou o público a utilizar, em seu corpo, um dos 72 objetos dispostos na galeria ; entre rosas, bisturis e um revólver.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.