Diversão e Arte

Narrativas complexas aproximam roteiro dos videogames da literatura

Trama contada nos jogos busca inspiração em clássicos como A divina comédia

postado em 16/02/2015 08:02

O jogo Dante's Inferno foi buscar inspiração no clássico literário  A divina comédia

Ler e jogar são verbos quase sinônimos quando se trata da nova geração de jogos eletrônicos. A complexidade da narrativa das histórias que conduzem videogames vai além do conceito de roteiro e chega muito perto, em termos de qualidade, dos romances mais elaborados, com todos os recursos comuns à literatura. Os jogos ganharam mais texto, com tramas cujos rumos são decididos pelo jogador e que incorporam dilemas morais e aspectos do cotidiano.

O casamento entre os jogos eletrônicos e a literatura não é recente. Dante;s Inferno, de 2010, por exemplo, foi inspirado na Divina comédia, de Dante Alighieri. Outras dezenas de jogos, novos e antigos, servem de exemplo, como os baseados nas tramas de Agatha Christie e obras como O poderoso chefão, de Mario Puzo; Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll; e O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald. O movimento inverso também acontece. Jogos de sucesso como Assassin;s creed e Halo viraram livro. Também é possível ver referências ao surrealismo do escritor tcheco Franz Kafta que inspirou Device 6.

[SAIBAMAIS]No entanto, o que difere alguns jogos da nova geração é o fato das histórias levarem temas pouco usuais no universo dos games e serem mais comuns à literatura. Dramas familiares, zonas cinzentas entre o bem e o mal, exploração da liberdade, moralidade, solidão, capitalismo selvagem e nostalgia são alguns desses assuntos.

Além dos dilemas morais, que são comuns em roteiros como de The walking dead, inspirado na HQ do escritor Robert Kirkman e do ilustrador Tony Moore, é possível notar o drama de um escritor estressado diante dos limites da criação literária, em The novelist.

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