Ricardo Daehn
postado em 10/02/2015 10:13
Trechos de livros decorados são a arma dos personagens de Fahrenheit 451 para a garantia da perpetuação da literatura, num futuro alarmante imaginado, em 1955, pelo escritor Ray Bradbury. Queimados e sem relevância, as páginas seriam vencidas pelo domínio do audiovisual, pela ótica do diretor François Truffaut que, em 1966, levou Fahrenheit 451 às telas.
Num cenário oposto, sem rivalidades e de promissor casamento entre a sétima arte e os livros, a publicação 100 filmes ; Da literatura para o cinema vai além de apenas pontuar películas de êxito que contribuíram para maior fama de obras literárias, como foi o caso de O diário de Anne Frank (1959). Nos textos, há teor crítico e de contestação também.
Colaboradores de peso ; como integrantes da Cinemateca Francesa, historiadores de cinema, professores de letras e escritores do jornal Le Monde Diplomatique ; garantem a perspectiva cativante para questões como resultados de bilheterias, bastidores, aperfeiçoamentos de narrativas e satisfação de cineastas e de escritores no processo das famosas inspirações e ;traições; entre as duas artes.
Um verdadeiro mosaico visual se aglomera em mais de 300 páginas que examinam sucessos, fracassos e criações em cinema e literatura. Obras autorais de cineastas estão lado a lado com ;autênticas operações industriais; do cinema delegadas a pessoas como Steven Spielberg. O livro, entre outros títulos, pinça até fracasso de público de Spielberg: caso de Hook ; A volta do Capitão Gancho, com o saudoso Robin Williams. Adaptado da obra de J.M. Barrie, Hook enviesou a trama de Peter Pan, escrita 80 anos antes. Transfigurado, pela tonalidade ;extremamente sombria e cruel;, o filme ;desestabilizou o público; e amargou fracasso.
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