Poeta, artista plástico, cantor, compositor e multi-instrumentista, o baiano radicado em Brasília Renato Matos é mestre na arte de criar narrativas híbridas. A sua mais recente empreitada foi o livro Palindrimas ; Palíndromos rimados e musicais, em que o artista inova ao escrever palíndromos em forma de poema. Além de ilustrar as páginas com desenhos próprios, Matos chamou 60 poetas da cidade para recitar ou cantar os palíndromos em um DVD dirigido por Tânia Quaresma, que será lançado amanhã, às 21h, no Espaço Cultural Leão da Serra.
;Inspiração não se espera, ela bate na porta. Eu piraria se ficasse esperando ela surgir;, explica Matos, que começou a escrever palíndromos há 25 anos e nunca conseguiu parar. ;O que me atrai nessas palavras é conseguir ler uma frase de trás para frente e captar um mesmo sentido. Eu uso essa lógica divertida para falar de mulheres, amores, eternidade, saúde, educação, criar um grande vômito de sensações;, explica o artista.
[SAIBAMAIS]Quando se deu conta, Matos tinha juntado caixas e caixas com palíndromos. ;Não queria jogar esse material fora, então fui pesquisar outros textos para ver se os meus eram originais, e realmente eram. Comecei a buscar rima e paridade, além de um sentido para cada um dos poemas, porque uma palavra gratuita no papel não vale nada. É preciso dar um recado, ser o menos abstrato possível;, opina.
O registro visual de Palindrimas é composto por leituras musicalizadas, imagens, músicas ao vivo e muito mais. Entre os poetas convidados, estão Célia Porto, Chico Alvim, Jorge Amâncio, Luiz Turiba e Nicolas Behr. ;Não são apenas poetas, mas pessoas que participaram da minha vida. Acho interessante juntar artistas de uma mesma época porque, no futuro, as pessoas vão ver que existia uma certa contemporaneidade cultural. É um trabalho meu, mas chamei todos para a festa;, comemora Matos.
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