;Eu não sei como o povo pensou no meu nome, não. Mas eu fiquei muito lisonjeada;, diz a cantora brasiliense Ellen Oléria, convidada a participar do projeto Pérolas Mistas, em Salvador, nas primeiras terças-feiras de 2015. No espetáculo cênico, idealizado por Carlinhos Brown, a artista divide o palco com Mariene de Castro, Lazzo Matumbi e a Orquestra de Câmara de Salvador. Ellen é a única ;não baiana; a integrar o concerto, que ocorre sempre às terças, até a primeira semana de fevereiro, no Museu du Ritmo.
[SAIBAMAIS]Com direção de Elísio Lopes Jr. e regência do maestro Ângelo Rafael Fonseca, o espetáculo cênico-musical é uma ode à música afrobrasileira, com canções que recorrem à forte influência da cultura negra na Bahia. ;É um repertório baiano tradicionalíssimo. Cada canção que começa causa enorme euforia no público. É muito bonito de se ver;, comenta Ellen sobre a estreia do projeto, na semana passada.
Segundo a cantora, o clima de ancestralidade trazido pelo repertório, com uma mãozinha da parte percussiva, deixa a festa ainda mais bonita. ;É como se estivéssemos evocando nossa memória e identidade ; mesmo para mim, que não sou soteropolitana;, observa ela, que canta sozinha e também faz duetos com os outros artistas. Um dos pedidos foi para que Ellen interpretasse Zumbi, música de Jorge Benjor que marcou a carreira da brasiliense.
Novo disco
A maior parte do repertório traz músicas dos blocos afro que ajudaram a contar a história de Salvador nas últimas décadas. Carlinhos Brown ; que inclusive divide o palco com Ellen ; aparece como compositor de várias das músicas. Como é um espetáculo cênico, há cenário e figurinos luxuosos, criados por Renata Motta e Ismael Souddam, respectivamente.
Paralelamente, a brasiliense planeja o lançamento de seu próximo disco, ainda sem nome, para os próximos meses. Essencialmente autoral, o trabalho sairá depois de uma série de shows que a cantora e compositora pretende fazer pelo interior do estado de São Paulo, em março.