Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Fotógrafos montam cenários surreais para criar imagens repletas de fantasia

Em ensaios conceituais, a ilusão artística confere múltiplos significados simbólicos às obras

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Fantasia e realidade se misturam para criar um mundo fotográfico dos sonhos. A estética do irracional é uma tendência que ganha cada vez mais seguidores. A manipulação de imagens nasce com a própria fotografia. Antes, a sobreposição de negativos dava o tom de brincadeira à experimentação da técnica. Hoje, recursos tecnológicos impulsionam as mudanças. O resultado é uma fotografia carregada de simbolismo e relevância artística.

[SAIBAMAIS]Paisagens imaginárias marcam o trabalho fotográfico de Kyle Thompson. O fascínio pelo surrealismo guia o talento do americano por meio de imagens impressionantes. Há pouco mais de três anos, com auxílio de softwares, uma produção elaborada e uso da criatividade, ele brinca com a ilusão. ;Queria criar metáforas dentro da minha vida como forma de libertação. No começo, não conseguia traduzir e mostrar as emoções de maneira intensa. Então, procurei diferentes meios de expressar meus sentimentos. Gosto de me colocar em situações desconfortáveis. Isso significa atear fogo em mim, nadar em água gelada, sentar na beira dos telhados altos, entre outros. Há muito mais para explorar no meio, e estou trabalhando para ir além desses limites;, conta o fotógrafo de 22 anos.

Apesar de pouco tempo de carreira, a obra é marcada por grandes produções. Além de ser a maneira que o jovem profissional escolheu para ser expressar, suas fotos têm a capacidade de provocar novas sensações ao observador. Thompson desafia o perigo para construir imagens agônicas. ;Esse estilo é uma tendência na área fotográfica. Já vejo isso agora. A arte está se movendo com a tecnologia e meu trabalho reflete isso. Não quero criar um trabalho para fazer referência ao que já existe. Quero algo diferente. A tecnologia digital é o novo meio de se comunicar;, afirma Kyle.

Referências
Influenciado pelos estudos de pintura, Oscar Rejlander levou a arte para fotografia. Foi o primeiro mestre na sobreposição de negativos. Sua obra mais famosa, Two ways of life (1857), é uma montagem de 30 fotos. No Brasil, um nome fundamental é Valério Vieira, com a obra clássica Os trinta Valérios, também uma combinação de várias imagens do próprio fotógrafo. O legado dos pioneiros ainda é referência na produção contemporânea.

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