postado em 22/12/2014 09:08
A Fundação Cinememória, também conhecida como a casa de Vladimir Carvalho, está completando 20 anos de existência. Há duas décadas, o cineasta paraibano precisou trocar o apartamento em que morava pela atual casa na W3 Sul para conseguir abrigar o enorme acervo cinematográfico, que vem juntando desde que chegou a Brasília, em 1969. São mais de 5 mil livros, cartazes de filmes, jornais, revistas, fotos, câmeras e máquinas, como a moviola utilizada por Glauber Rocha para editar o filme Terra em transe.Ao adentrar na casa, o visitante facilmente se esquece de que está na movimentada e barulhenta W3. Cada cômodo está impregnado de cinema. No andar de baixo, até a cozinha foi tomada. No andar de cima, apenas o quarto de Vladimir resistiu à ocupação. Na primeira sala, o famoso cartaz do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol rapidamente chama a atenção, mas o olhar deverá estar aguçado para descobrir outras preciosidades, como a imponente moviola que, por baixo de uma toalha, se mantém silenciosa e discreta.
;Tenho a tendência de guardar coisas, mania de colecionar. Como sempre fui apaixonado por cinema, era natural que eu fosse guardando objetos e documentos relacionados à área. Muitas pessoas também me doaram câmeras, moviolas, equipamentos que não tinham mais uso. Então, em dezembro de 1994, nós inauguramos esse espaço, que, além de abrigar o acervo, realiza diversas atividades, como exibição de filmes, encontros de cineastas, de associações de profissionais da área etc.;, conta Vladimir.
Conservação
Embora o acervo tenha começado a se formar de maneira involuntária, o Cinememória tem um propósito muito bem definido: pressionar o poder público para a criação de uma cinemateca em Brasília. ;A Fundação é como uma luz que acende e apaga e tenta alertar o governo para a falta de instituições museológicas na cidade. Já temos meio século de cinema brasiliense. É preciso preservar essa memória. Várias das peças que estão aqui podem fazer parte de um museu do cinema;, afirma.
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