Aos 78 anos, 60 deles dedicados à música, Das Neves não se preocupa com o futuro. ;Tenho minhas ideias, mas não fico programando. Não adianta ficar esquentando com as coisas;, filosofa. Nessa serenidade, ele espera o lançamento do documentário O samba é meu dom, de Cristiano Abud, e da biografia Memórias de um Imperador. Ô Sorte, de Guilherme de Vasconcellos Almeida. O filme ; que mostra o homenageado na quadra do Império Serrano e em apresentações com Os Ipanemas e com Chico Buarque, e utiliza imagens de arquivo ; está em fase de edição e torce por um patrocínio para ser finalizado. ;Faço minha fezinha de vez em quando, mas como ainda não ganhei na loteria, espero por um (patrocínio);.
O livro, que também está quase pronto, recorda a trajetória pessoal e artística do baterista e tem como ponto de partida a infância, nos terreiros das tias baianas, no Rio de Janeiro do início do século 20. Lá surgiu o interesse de Das Neves pela música. ;Tinha uma tia que arranjava qualquer motivo para fazer uma festa. Nos terreiros, em (Duque de) Caxias e Coelho da Rocha, havia tambores, danças, e eu via show dos regionais, das jazz bands.;
Nascido na rua Benjamim Constant, no bairro da Glória (centro do Rio), Das Neves morou nos bairros de São Cristóvão e do Catumbi. Surpreendentemente, nunca viveu na Serrinha, comunidade que deu origem à escola de samba do coração, Império Serrano. ;Não tive o prazer de viver lá. Devo muito ao meu Império. O carinho que ganho lá vale mais do que qualquer cachê.;
Samba de bamba
Hoje, às 20h, show de encerramento do projeto com Wilson das Neves, na Caixa Cultural (SBS, Q. 4). Ingressos na bilheteria do teatro a R$ 20 e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 12 anos.
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