postado em 05/12/2014 08:01
Brasília deixou de ser, apenas, a capital do rock. Outros estilos têm amplo espaço na cidade como o samba, o sertanejo e a música eletrônica. Dentro do universo desta última, uma vertente chama a atenção pela frequência com que tem aparecido na noite da cidade: o trap.
Mistura de hip-hop com eletrônico, o trap figura nas principais festas e é a queridinha de DJs de Brasília que, juntos com a batida, estão ganharam destaque ao longo do ano. Um dos principais nomes da tendência é Hugo Drop, de 32 anos.
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Criado na Asa Norte, Drop chegou a se formar em Arquitetura e a trabalhar na área, mas, como o próprio apelido de adolescência denuncia - drop é uma manobra do skate -, ele já frequentava pistas pela cidade e vivia a cultura do universo hip-hop e urbano. Desde os 17 anos, era percussionista em bandas locais, mas depois de ser chamado para tocar em festas de amigos, abandonou a carreira de arquiteto e passou a se dedicar à música.
"Há uns três anos recebi convites de amigos para atuar como DJ em festas deles, porque viam que eu tinha um setlist muito grande de músicas. Sempre treinava em casa, sozinho, daí a variedade", explica.
Segundo o DJ, os elementos do trap que mais o atraem são o grafite, o break, o rap e o próprio skate. Para não assustar o público que não está tão acostumado ao estilo eletrônico, Drop mistura músicas de artistas conhecidos com o ritmo do trap, como Jay-Z, Beyoncé e Iggy Azalea.
;Cria uma identificação maior, mas eu também gosto de experimentar com outros artistas mais tradicionais como o Stevie Wonder. Cria uma mistura bem diferente e bacana. Público bom é o que vai dançar com a sua música;, comenta.
Atualmente, Hugo Drop toca na noite brasiliense por volta de quatro vezes por semana, mas pretende diminuir a quantidade de shows para não ficar com o ;nome saturado; no mercado. ;Quero ver se no ano que vem eu toco só umas duas vezes por semana aqui na cidade;, disse.
Outro nome que começa a ser visto com regularidade nas festas com trap é Pedro Gabriel de Oliveira, mais conhecido como DJ Torch, de 26 anos. Criado no Guará, Torch estudou na Escola de Música de Brasília, onde aprendeu diversos instrumentos.
;Desde os três anos, eu já batucava;, brinca. Com o tempo, foi se interessando pela música eletrônica, então chegar ao trap foi um passo natural. ;Conheci o trap por meio de pesquisas na internet. Agora ele compõe 80% do meu setlist. O restante é praticamente de dubstep;, afirma.
Enquanto o trap está forte nas pistas de dança de Brasília, é preciso aproveitar o momento e consolidar o nome. Torch toca, em média, em oito festas por mês na cidade, e afirma que a demanda está aumentando.
Para ele, a vertente só depende dos próprios DJs e dos produtores da área para continuar fazendo sucesso. ;Tem que sempre inovar. O diferencial do trap está justamente nessa mescla com o hip-hop, nessa raiz;, pondera.
Sucesso mundial
Brasília segue uma tendência que se espalha no mundo e no Brasil. Diversos DJs tem se destacado tocando trap. Conheça nomes importantes da cena:
Baauer: o alemao ajudou a divulgar o estilo com o sucesso Harlem Shake
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Tropkillaz: o duo brasileiro é referência no estilo
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Dillon Francis: o DJ, escalado para o Lollapalooza, é um dos principais nomes do gênero
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Onde dançar!
- Festa ;Candy Kush;, às quintas-feiras, na Amsterdam (211 Norte).
- Baile Esqueminha (local varia com a edição do evento).
- Drop it like it`s hot (local varia com a edição do evento).