Diversão e Arte

Redescoberto na cinebiografia de Tim Maia, cantor Fábio fala sobre o astro

Em entrevista ao Correio, o artista reconstitui a parceria, as polêmicas e a convivência com o Síndico

postado em 13/11/2014 08:01

Fábio e Tim: três décadas de amizade e apenas alguns desentendimentos

Um garoto contou na escola que o tio era cantor famoso e chamava-se Fábio. ;O Fábio Jr?;, perguntou um coleguinha. ;Não, o Fábio Stella;, respondeu o menino, orgulhoso. O ;Stella; a que ele se referia era o nome da canção de maior sucesso do tio, responsável por projetar o paraguaio Juan Senon Rolón, ou apenas Fábio, para uma breve estadia no showbiz brasileiro, no fim dos anos 1960. Depois disso, o artista ficou mais conhecido por ser um dos melhores amigos de Tim Maia, e é por conta desse papel que ele retorna aos holofotes.
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Desde o lançamento da cinebiografia Tim Maia, no último dia 30, Fábio viu seu nome voltar a despertar curiosidade do grande público ; até porque muito poucos, sobretudo os mais novos, se lembravam do artista. Assistida por mais de 500 mil pessoas até agora, a película de Mauro Lima tem o ator Cauã Reymond interpretando Fábio e narrando a história. Na verdade, o personagem congrega vários dos amigos de Tim. ;Uma hora eu me vi ali. Claro que aquele cabelo não era o meu, mas tá tudo certo. Meter o pau é muito fácil;, disse Fábio ao Correio, por telefone.


Ele aprovou a atuação de Cauã e admitiu ter se emocionado diversas vezes. ;Eu já tinha me visto na peça de teatro sobre o Tim, porém, no cinema, é uma coisa fantástica. É muito raro eu chorar, mas as lágrimas escorreram no meu rosto. Não segurei a onda;, conta. Desde que o longa chegou às telas, Fábio perdeu o sossego. Estava retirado havia anos entre o bairro de Itapoã, em Salvador, e uma fazenda no interior da Bahia, e agora precisa reaprender o caminho da fama. ;De repente, estou aqui falando com o Correio;, comemorou o cantor, de 68 anos. ;Tô precisando de uma assessoria de imprensa (risos).;

Luta silenciosa

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Fábio chegou ao Brasil aos 12 anos, integrante de um trio vocal paraguaio. Voltou aos 17, estudou em um tradicional colégio paulistano e, quando o pai parou de mandar dinheiro, caiu na noite para se bancar. Eram os tempos de Jovem Guarda, e Elis Regina começava a disparar. Juan Senon Rolón virou Juancito. O nome artístico Fábio viria só algum tempo depois. Para o amigo Tim Maia, contudo, a quem ele conheceu em 1966, o paraguaio era Fabiano.

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