Ademir Araújo tem papel relevante no fomento da cultura popular. Compositor amante e especialista em frevo, maracatu e outros gêneros, ele foi responsável pelo projeto musical da Orquestra Popular Menino de Ceilândia, onde crianças e jovens de Brasília são estimulados a conhecer e desenvolver a música genuinamente brasileira que vai das criações populares às de Heitor Villa-Lobos.
"Eu não conheço o Brasil da música brasileira. Há autores que os brasileiros nem sabem que existiram. O que se conhece mais são os nomes estrangeiros. Precisamos fazer provocações, passar mensagens para despertar o interesse pelo o que é daqui", diz.
[SAIBAMAIS]Araújo é categórico ao criticar a forma como a cultura popular tem sido tratada no país. Para ele, os problemas estão na formação e na desvalorização dos artistas. "Ainda há muito o que se pesquisar, mas eu vejo que o ensino acadêmico não tem valorizado a cultura e música populares. Por exemplo, o jazz americano é mais valorizado que o frevo de Pernambuco. Não há o entendimento do frevo como uma manifestação de terapia, de berço e de braço. O problema é que isso mais a falta de divulgação desencoraja os jovens que poderiam disseminar cultura brasileira. Nos arredores do nordeste há vários que fazem trabalhos muito bonitos, mas que não têm um teatro, um palco, um lugar onde tocar", finaliza.
SERVIÇO
Orquestra Popular Marafreboi
Sábado (8/11), às 21h, no Clube do Choro (SDC, Bl. G, Eixo Monumental; 3224-0599)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Não recomendado para menores de 14 anos