No cenário montado dentro do Teatro Sesc Paulo Autran, imitando um exíguo quarto de pensão, encontramos a atriz Gleide Firmino em preparação para mais uma sessão da montagem de Há vagas para moças de fino trato, dirigida por Cléber Lopes. A fala doce, ritmada, própria da professora de ensino fundamental ; um dos papéis que, de fato, Gleide desempenha diariamente ensinando artes numa escola da Secretaria de Educação do Recanto das Emas ; marca uma conversa rápida antes da chegada da plateia para mais um dia do espetáculo sobre a convivência entre três mulheres muito diferentes que dividem um mesmo cômodo.
Sentada em uma das poltronas vermelhas do teatro vazio, Gleide lembra como a carreira começou, de supetão, em julho de 2011, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em uma oficina para estudantes do ensino médio ofertada pela Fundação Athos Bulcão. Na ocasião, recebeu um tratamento muito diferente de quando teve a ideia de ser atriz, incutida de maneira traumática.
[SAIBAMAIS];Um professor fazia a seleção dos alunos para um curso de teatro e eu fui rejeitada. Nunca me esquecerei do jeito como ele me olhou e o gesto que ele fez com a mão dizendo: ;não, você não!’. Na hora, pensei: ;Vou fazer esse negócio só para mostrar para ele que eu posso;. O mundo dá muitas voltas. Anos depois, dei uma oficina de teatro para esse professor (risos). Acho que ele não me reconheceu e não tive coragem de contar essa história para ele;, relembra.
Minutos antes de subir ao palco para apresentar a vigésima peça da carreira (pelos cálculos feitos de cabeça), a memória da intérprete de 28 anos passeia pelas oficinas de teatro na cidade ministradas por nomes como Adriana Lodi, Plínio Mósca e Francis Wilker bem no ínicio da carreira. A experiência nos palcos já conta 14 anos e foi justamente a arte da encenação que trouxe os principais benefícios para a vida da atriz.
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