O Dorival Caymmi das praias da Bahia, da jangada, dos versos folclóricos e das mulheres estará, a partir de hoje, no Museu dos Correios para contar ao público o que é que a Bahia tem. Idealizada pelo produtor Marcelo Aouila e com curadoria de Stella Caymmi, neta do compositor, a exposição Caymmi 100 anos vai comemorar o centenário de nascimento de Dorival com uma montagem interativa que aborda as diversas fases e temáticas do baiano. [SAIBAMAIS]A música é o destaque da exposição e durante todo o trajeto pela galeria o público poderá apreciar os desenhos de Caymmi ; ele gostava de ilustrar as próprias canções ; ouvindo o som através de fones de ouvido. Uma linha do tempo vai ajudar a situar o visitante. Dorival Caymmi nasceu em 30 de abril de 1914 em Salvador. Passou uma parte da vida na Bahia, outra no Rio de Janeiro. Na terra natal, encontrou a fonte de seus versos, os mesmos que conduzem o visitante. Na instalação A música como destaque entram as várias categorias exploradas pelo compositor e divididas nos módulos Canções Praieiras, Canções da Bahia, Canções Urbanas, Fase Carioca, Sambas Sacudidos, Postais da Bahia, Folclóricos e Mulheres. ;Vão ser abordadas as vertentes principais da obra dele, as canções praieiras, todas da fase de Itapoã, que é a fonte de inspiração para as canções praieiras, que são diferentes mas têm em comum o tom do mar e são muito mais narrativas;, explica Stella, autora de Dorival Caymmi ; O mar e o tempo. ;E tem, por outro lado, as canções da Bahia, que falam dos costumes na área do vestuário, arquitetura, culinária, da história, das festas de rua. São mais descritivas e mais compactas no sentido de que a maior parte é samba. Ele chamava isso de sambas-sacudidos e a gente se acostumou com esse nome lindo de postais da Bahia, porque realmente é uma descrição da Bahia em todos os seus aspectos;, destaca a neta do artista. Stella encara o trabalho do avô como o de um antropólogo, por isso a vertente folclórica foi destacada na exposição. ;Ele era uma espécie de antropólogo instintivo. O que faz o antropólogo? Ele usa os recursos que tem: bloco de anotações, lápis, caneta e, mais tarde, gravador e filmadora. E Caymmi registra, conserva e emoldura o folclore brasileiro e conserva;, diz a pesquisadora, ao lembrar de canções como Boi da cara preta, Santa clara clareou e Roda pião. A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .