postado em 27/10/2014 14:12
Já há anos a seção de autoajuda das livrarias passou a ir além do estereótipo água com açúcar. Nas prateleiras, surgem com frequência obras híbridas, cujo conteúdo é baseado em áreas do conhecimento como psicologia, filosofia, medicina, economia, física. Não importa o quão complexa seja a fonte primária. Se o autor é capaz de esmiuçar o tema e oferecer aplicações cotidianas, vale tudo. A autoajuda "cabeça" colocou em evidência escritores como Malcom Gladwell (Blink: A decisão num piscar de olhos), Steven Levitt (Freakonomics - O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta) e Steven Pinker (Como a mente funciona). Mas ninguém se apropriou do nicho de mercado tão bem quanto o suíço Alain de Botton.
[SAIBAMAIS]Midiático, desenvolto e eloquente, o filósofo criou a The school of life, uma "grife" mundial de palestras, terapias e livros (escritos por ele e outros cinco gurus). Adaptou algumas obras próprias para a televisão, entre elas, Ansiedade de status, A arte de viajar e Como Proust pode mudar a sua vida. Agora, em parceria com John Armstrong (Como se preocupar menos com dinheiro), de Botton faz incursão pelo universo das artes (sobretudo das plásticas/visuais) para oferecer compensações para "fragilidades psicológicas" dos leitores. Sem arrodeio, Arte como terapia (Intrínseca, 240 páginas, R$49,90) é definida pelos autores como "ferramenta para uma vida mais plena, capaz de ajudar a guiar, incentivar e consolar o espectador".
O livro seleciona obras de artistas conhecidos mundialmente ; Picasso, Monet, Banksy, Da Vinci, Michelangelo ; e analisa os propósitos por trás de cada uma. As interpretações filosóficas sugerem, por exemplo, como ser um bom amante a partir de quadro do pintor Niccol; Pisano e como encarar o trabalho com base na tela pintada por Nicolas Poussin.