;A sabedoria é risonha.; A frase dita por Jorge Mautner no documentário O filho do Holocausto é uma das primeiras que o músico Marcelo Segreto, mentor e compositor da banda paulista Filarmônica de Pasárgada, usa para explicar o papel da ironia nas suas canções. ;O humor, a ironia não precisam ser superficiais;, diz.
Segreto e a Filarmônica fazem parte de uma nova geração de compositores e grupos brasileiros que se recusam a manter uma postura blasé e negam a ideia de que o artista precisa ser sério o tempo todo para construir uma obra de valor. ;A qualidade não necessita de cara fechada ou de um músico ranzinza;, completa o músico.
O segredo desses grupos ; como a Filarmônica de Pasárgada, o trio paulistano O Terno e a banda Les Pops ; está na ironia. É ela que permite letras elaboradas ; repletas, em alguns casos, de jogos linguísticos e poéticos ; ter leveza e o humor.
A ironia não está ali apenas para fazer rir, segundo os compositores. Em muitas das canções desses artistas ela é arma para críticas pesadas e reflexões sofisticadas. ;É mais para Mutantes do que para Mamonas Assassinas;, diz Tim Bernardes, vocalista e compositor d;O Terno. A intenção não é ser humorista. ;Acho interessante ter um humor sutil em alguns momentos, mas o principal é a música e o assunto ali;, explica Tim.
Tanto O Terno quanto a Filarmônica de Pasárgada produziram neste ano o segundo disco da carreira. O trio paulistano lançou o homônimo que, ainda que mais denso que o álbum de estreia, preserva o bom humor. Já Rádio lixão, da Filarmônica, é repleto de colagens sonoras e experimentações, e serve de palco para a ironia e para as críticas das letras de Marcelo Segreto.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .
[SAIBAMAIS]