Irlam Rocha Lima
postado em 29/09/2014 08:40
A decantada crise que assola a indústria fonográfica não serve de empecilho para que projetos de qualidade sejam desenvolvidos, ganhem registros e cheguem ao mercado. Três expoentes da música instrumental brasileira, por exemplo, acabam de lançar novos trabalhos. Guinga é o autor de Roendopinho; Jaime Alem assina Relicário; enquanto Gilson Peranzzetta apresenta Danças.
Surpreendentemente, Roendopinho é o primeiro disco solo de Guinga, já com 11 títulos lançados. Gravado na Alemanha, pelo selo Acoustic Music Records, em abril último, no entendimento do violonista e compositor carioca, representa um desafio na carreira. ;Estava fazendo uma turnê pela Europa e, na passagem por Osnabrück, uma cidade alemã, entrei em estúdio para fazer as gravações. Em dois dias e meio já estava tudo pronto. As músicas ganharam registro da forma como foram concebidas, sem nenhum truque ou maquiagem. Somente o compositor e seu violão;, conta Guinga.
Embora seja reconhecido nacional e internacionalmente pela forma peculiar e personalíssima de tocar violão, Guinga se considera ;um compositor em primeiro lugar, e um músico nada especial;. No Roendopinho, a maioria dos temas são autorais e inéditos, a começar por Pucciana (inspirada na música do italiano Giacomo Puccini), que abre o repertório. Nesse caso, estão, também, Choro breve, Picotado, Constance, Di maior, Funeral de Billie Holiiday, Sargento Escobar e Cambono ; que fez em parceria com Thiago Amud. Há, ainda Ellingtoniana ; a última das 15 faixas ;, uma clara homenagem a Duke Ellington, lenda do jazz norte-americano.
Guinga incluiu, também, nesse disco novas versões para Anjo de candura, Cheia de dedos e Lendas brasileiras ; esta última composta em parceria com Aldir Blanc ;, já gravadas. Sobre a expressão Roendopinho (título da terceira faixa), usada como nome do álbum, ele comenta: ;É ajusta posição de duas palavras. Roendo, verbo roer no gerúndio; e pinho, tipo de madeira usada para construir o instrumento musical de cordas.
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