Depois de 19 anos de realização, a Mostra Brasília parece, finalmente, ter alcançado a maturidade. Os muitos pedidos de melhoria e qualificação da seleção do certame organizado pela Câmara Legislativa do DF parecem ter surtido efeito. Em termos quantitativos, a seleção da Mostra Brasília apresentará três longas-metragens de ficção inéditos na cidade, além da exibição de 14 filmes de curta duração feitos por uma parte da nova geração de cineastas brasilienses. Essa mistura deve permear as exibições no Cine Brasília ; marcadas para acontecer durante a realização do 47; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 16 a 23 de setembro. É ocasião para a plateia da cidade conhecer a diversidade da produção do Distrito Federal e a evolução qualitativa dos últimos anos.
Estilos de realizadores advindos de escolas de cinema muito diferentes unem nomes como o de André Luiz Oliveira, remanescente do cinema marginal brasileiro, ou o ceilandense Adirley Queirós, de Branco sai, preto fica. ;O encontro é interessante para estabelecermos contato com realizadores que produzem de maneiras diversas;, acredita Luísa Caetano, diretora de Crônica de uma cidade inventada. Já para Lara Campedelli (Submersa), a mistura entre realizadores que começaram a produzir na cidade antes do estabelecimento dos cursos de cinema com outros nomes que passaram a praticar a sétima arte em bancos de escola é o mais interessante.
;Há representantes do cinema de Brasília desde os primórdios, quando não havia cursos, e a galera que estudou cinema formalmente. A mistura pode ser interessante, embora acredite que o cinema de Brasília ainda padeça da formação de muitas panelinhas;, ressalta.
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