Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Livro analisa a evolução dos vídeos dentro da indústria do pop

"A estética do videoclip" vai ser lançado nesta segunda-feira (11/8) e observa a trajetória dos audiovisuais desde 1980 até o fenômeno do YouTube



A evolução desses produtos audiovisuais é tema do livro A estética do videoclipe (Editora da UFPB, R$ 40), fruto do doutorado do jornalista Thiago Soares, com lançamento hoje. "Minha questão com videoclipe e cultura pop sempre foi um pouco política. Achava a academia muito erudita, como se esses objetos não pudessem ocupar espaço. Foi aí que quis estudar o videoclipe", explica. Ele se debruça sobre produções emblemáticas para analisar as mudanças estéticas ao longo dos anos.

Nos anos 1980 e 1990, as bandas almejavam a programação da MTV, composta em até 90% por clipes. O destaque de Maracatu atômico, de Chico Science e Nação Zumbi, rendeu ao vídeo o encerramento da última transmissão do canal no Brasil, em setembro de 2013. Por lá, passaram os pernambucanos Paulo Francis Vai Pro Céu, Eddie e China, ex-VJ da emissora.

As redes sociais viraram o foco. "Há um excesso de informação na internet. O clipe é interessante pelo apelo audiovisual, e amplia os horizontes de veiculação", acredita Filipe Barros, da Dessinée. Perdizes, lançado em janeiro, já foi visto na França e nos EUA, entre outros. O canal Vevo, exclusivo para artistas, atinge 5,5 bilhões de visualizações mensais, sendo 300 milhões de brasileiros. No último ano, os streamings cresceram 25% em computadores, 87% em celulares e 161% em TVs.

Os clipes "oficiais" concorrem com produtos caseiros e baratos, como o viral Ah lelek lek lek lek, de R$ 70, visto por 40 milhões, e vídeos de humor, sejam iniciativas profissionais (e lucrativas), como Porta dos Fundos, ou amadoras. Em 2013, o mais visto no mundo é do duo norueguês Ylvis: the fox, uma brincadeira sobre o som emitido pelas raposas. Para quem quer levar a sério, está cada vez mais concorrido e difícil conquistar os internautas.

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