Rebeca Oliveira
postado em 06/08/2014 08:40
A consolidação das carreiras de Tulipa Ruiz e de Ava Rocha tem colocado um freio nas costumeiras referências aos pais famosos. Enquanto a primeira é herdeira musical de Luiz Chagas, ex-guitarrista da banda de Itamar Assumpção, o Isca de Polícia, a segunda carrega o sobrenome de um dos maiores cineastas brasileiros, Glauber Rocha (que dirigiu clássicos como Terra em transe e Di Cavalcanti). Ainda assim, ambas trilham caminhos dissociados do trabalho dos pais e são, com frequência, apontadas como peças fundamentais na reinvenção da MPB.
Este mês, Tulipa lançou o compacto Tulipa Remixes, um vinil com releitura dos sucessos Aqui (que, no EP, ganha participação de BNegão), e Víbora. Elas pertencem, respectivamente, aos álbuns Efêmera (2010) e Tudo tanto (2012). Para dar ao projeto a dimensão que gostaria, Tulipa convidou os produtores Rica Amabis e Daniel Granjaman e permitiu que eles criassem a própria versão das canções.
;Sempre quis entregar músicas minhas e ver o que outros artistas poderiam fazer com elas, acompanhar esse desdobramento. Foi muito mais uma curiosidade de ver como eles as transformariam do que um pensamento de mercado, de que os álbuns atuais precisam ser menores e ter menos canções;, explica Tulipa. ;Sou apaixonada por vinil, acho o formato compacto uma graça. Virou item de colecionador;, completa a cantora, que tardou a escolher o mesmo caminho do pai e se enveredar pela música. Antes de lançar o primeiro CD, em 2010, Tulipa já havia trabalhado como jornalista e ilustradora.
Caminhando só
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Se, no cinema, a carreira da multifacetada Ava Rocha começou de maneira precoce, aos 14 anos, na música, o despertar ocorreu somente aos 32 anos, quando lançou o primeiro álbum com a banda AVA, em 2008. Agora, a cantora se prepara para apresentar Ava Patrya Yndia Yracema, o primeiro disco da carreira solo. ;Este projeto tem um lado muito íntimo e é, ao mesmo tempo, muito universal. São temas que cabem na mão e no coração de todos;, adianta Ava. O álbum deveria ser lançado neste mês, ;mas tivemos alguns problemas e tive que adiar para setembro;, lamenta a cantora. Nos shows, Ava é acompanhada por nova banda ; Thomas Harres na bateria e na percussão; Pedro Dantas no baixo; Eduardo Manso nos sintetizadores; e Marcos Campello na guitarra. Como herança da mãe cubana, Paula Gaitán, também cineasta, Ava incorpora ritmos latinos à música popular brasileira com a mesma naturalidade com que dirige e produz filmes. Recentemente, a emissora britânica BBC reportou-se a ela como guerreira da criatividade brasileira e classificou suas músicas como originais e emotivas.
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