Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Cineasta Guilherme de Almeida Prado critica produção cinematográfica atual

Para ele, apesar do alto investimento, ainda falta qualidade nos filmes nacionais



Não é assustador enfrentar um público tido como religioso?

Assustador é enfrentar a burocracia estatal ignorante. Público nunca me assustou. A ideia principal do filme é mostrar, em forma de fábula, que as histórias contadas na Bíblia podem ser encontradas no nosso dia a dia, tanto nas nossas vivências como em nossa política. Eu apenas peguei as tramas e personagens da Bíblia e adaptei suas histórias para os dias de hoje. Fui buscando paralelos. Fiz da forma mais respeitosa, mas procurando não ser piegas. Qualquer filme é uma colagem de arquétipos. Essa colagem pode ser boa ou ruim. Eu trabalhei com os mesmos elementos, adaptando para o Nordeste brasileiro. A caatinga tem um quê de Israel.

Você está satisfeito com o tom atual da produção brasileira?

Tenho visto pouquíssimos filmes brasileiros que me satisfazem. Acho que a política cinematográfica está equivocada e vai nos levar a mais um beco sem saída, como foi o fim da Embrafilme. Nunca houve tanto dinheiro para se produzir, mas nunca fizemos tantos filmes tão medíocres. A quantidade nem sempre nos traz a qualidade. O resultado é uma inflação brutal nos custos de produção e uma deflação de talento por centímetro quadrado de tela.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.