Com forte aposta no jogo metalinguístico, o livro conta a história de um jovem escritor, Marcus Goldman. Pressionado para escrever um novo papa-prateleiras, ele se empenha nas investigações para absolver seu amigo e professor de literatura: o Harry do título é acusado da morte de uma jovem de 15 anos, Nola, com quem tivera relação secreta nos anos 1970, na cidadezinha de Aurora, costa leste dos Estados Unidos.
Receita
A descoberta do corpo da adolescente no quintal de Harry revira os pudores dos moradores da cidade, detona a ação e inspira a criação do próximo livro de Marcus. Entre as pistas, surgem lições de mestre para aluno, sobre como criar uma obra bem-sucedida. ;Se eu soubesse essa receita, juro que repetiria no próximo livro;, diverte-se Dicker. A verdade sobre o caso Harry Quebert é a sexta tentativa dele no mercado editorial ; quatro livros não foram publicados, e Les derniers jours de nos p;res (Os últimos dias de nossos pais) deve ser lançado em português, embora não tenha feito sucesso.
Três perguntas para Jo;l Dicker
A que você atribui a recusa de seus livros anteriores e o sucesso de Harry Quebert?
Não sei dizer exatamente, porque o sucesso de um livro não é algo que podemos controlar. Quando reli o manuscrito de Harry Quebert, achei uma bobagem, algo que ninguém fosse gostar de ler. Mas acontece algo entre as palavras e os leitores, essa é a magia da literatura.
Você é bastante ativo no Twitter e mantém contato constante com leitores. Isso impacta seu modo de trabalhar?
Sou ainda muito jovem e por enquanto sou só um cara que teve sorte com um livro. Tenho muito o que fazer, muito a melhorar, estou no primeiro estágio da carreira e tenho que trabalhar duro para escrever novos livros. É por isso que estou sempre muito interessado em críticas ; boas e ruins.
Paraty não tem exatamente tradição com best-sellers. Acha surpreendente que seu nome tenha sido o primeiro a ser divulgado?
O Brasil é o primeiro mercado que visito onde o número de leitores cresce. Na Europa, essa discussão entre alta literatura e literatura de mercado é algo que divide as pessoas, mas literatura para mim é tudo o que você puder fazer com os livros de maneira a conectar as pessoas. É muito difícil dizer que isso é mais literatura do que aquilo, quem toma essa decisão são os leitores. E o tempo.