Na lista de convidados, a organização da festa incluiu um representante da cultura indígena. Xamã, intelectual, poeta e escritor, Davi Kopenawa é o primeiro yanomami a escrever um livro e o primeiro índio a ser convidado para uma mesa de debates da Flip. A intenção, o curador explica, é preencher uma lacuna há anos em branco. ;É mais do que natural a presença do Kopenawa. A gente está tirando um atraso que se deve certamente ao preconceito que ainda existe no Brasil;, admite Werneck.
Mitologia
[SAIBAMAIS]Em A queda do céu, escrito em parceria com o antropólogo francês Bruce Albert, ele conta a história de seu próprio povo e fala sobre os costumes e a mitologia indígena. O livro foi lançado em francês e em inglês, mas permanece inédito no Brasil. Kopenawa vai dividir a mesa com a fotógrafa Claudia Andujar no segundo dia de programação da Flip. Os antropólogos Eduardo Viveiros de Castro e Beto Ricardo vão contribuir para a discussão em uma mesa intitulada Tristes trópicos e dedicada à questão indígena.
Outra personalidade que não faz parte do mundo da literatura e estará na festa é o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, vencedor Pritzker em 2006. Ele vai dividir o palco com o italiano Francesco Dal Co, ex-diretor da seção Arquitetura na Bienal de Veneza e editor da revista Casabella. Da área de ciências, a Flip recebe o físico Marcelo Gleiser, que aproveita para lançar A ilha do conhecimento. No livro, o físico propõe um desafio: a ciência, principal fonte de conhecimento sobre a existência humana, é limitada e não traz respostas para tudo. Fernanda Torres, Gregório Duvivier, Cacá Diegues e Edu Lobo também estão entre os convidados. Fernanda, autora da ficção Fim, vai falar sobre a construção do romance e terá a companhia do peruano Daniel Alarcón. Os temas de Duvivier serão a prosa e a poesia enquanto Diegues e Edu Lobo falam sobre suas trajetórias e a cultura brasileira.