A admiração pela estética laboriosa de um dos filmes do movimento conhecido como expressionismo alemão, Metropólis,acaba chamando mais a atenção do que seu conteúdo, o que pode atrapalhar a apreciação de uma das obras mais importantes da história do cinema. A retrospectiva Fritz Lang: o horror no horizonte, organizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), com exibições no Cine Brasília, a partir da próxima quinta-feira, chega para fazer justiça ao cineasta, ao revisitar 41 dos 43 filmes da extensa carreira do realizador (dois títulos se deterioraram com o tempo e foram perdidos).
Uma página de jornal não conseguiria resumir a importância desse artista nascido na Áustria e que criou raízes estéticas no repertório cultural alemão. ;Lang é provavelmente um dos cinco cineastas mais importantes do século 20, tinha uma capacidade intrigante para se adaptar a gênesis diferentes. Dono de uma visão pessimista, era muito cuidadoso na forma como enquadrava os personagens: o mundo externo reflete o que eles estão sentido e passando;, avisa a pesquisadora Laura Cánepa, autora do capítulo dedicada ao expressionismo alemão no livro História do cinema mundial.
;Não acho a estética de Metropólis um mero detalhe. A forma das linhas daquela cidade, aquelas paredes duras, pesadas, não acontecem por acaso. Há um sentimento ligado à imagem, a um mundo construído, à humanidade, a como o homem lida com homem e a como o ser humano lida com a máquina. Tudo é inserido na arquitetura da obra;, explica o curador da mostra João Gabriel Paixão.
Fritz Lang: o horror no horizonte
De quinta (24/07) até 27 de agosto, retrospectiva do cineasta alemão no Cine Brasília (106/107 Sul; 3244-1660). Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia).
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .