Adriana Izel
postado em 07/07/2014 08:57
Antes conhecido apenas pelo samba, agora o Brasil também é sinônimo de outro gênero musical: o funk. A exportação do estilo, que nasceu nas favelas do Rio de Janeiro, começou no ano passado, quando o ritmo passou por renovações ; como a criação da vertente ostentação e a incorporação da música eletrônica e do pop ; e voltou a ser forte no país. Aproveitando os bons ventos, os funkeiros investiram pesado em canções que têm a Copa do Mundo como temática, a fim de tornar a batida um sucesso para os estrangeiros.
Desde o início da semana passada, o grupo carioca Dream Team do Passinho viu o sucesso se expandir para o restante do mundo. Eles lançaram o clipe da versão da música de Ricky Martin para o Mundial. O vídeo de Vida ganhou o apoio de famosos. O próprio porto-riquenho elogiou os companheiros nas redes sociais. ;Eles arrasam, dá o play! Veja o vídeo e curta o ritmo do Brasil;, escreveu o artista em redes sociais.
Antes, a baiana Daniela Mercury, que recebeu o time em um dos trios elétricos no carnaval de Salvador, também parabenizou a banda. ;O funk, neste momento, tem o melhor espaço historicamente de sua existência. Anitta cantou com o Rei Roberto Carlos. O ritmo não podia estar fora dessa efervescência da Copa do Mundo;, afirma Rafael Mike, do Dream Team do Passinho.
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O grupo inesperadamente no ano passado. Os integrantes se conheciam e costumavam dançar o chamado ;passinho; juntos. Com ajuda da internet, eles se tornaram conhecidos pela divulgação de três vídeos: Aperte o play, De ladin e Vai dar ruim. Desde então, começaram a fazer shows pelo Brasil e a aparecer em programas de tevê. Em maio deste ano, conseguiram assinar com uma gravadora de grande porte.
A regravação de Vida foi um pedido da produtora. A ideia era que os cariocas incorporassem a cultura brasileira no suingue latino. ;Desde que aceitamos o desafio de fazer a versão, trabalhamos freneticamente para dar aquele paranauê na música;, conta Lellêzinha Win, uma das vocalistas da banda.
A repercussão foi tão grande que eles receberam pedidos de envio do vídeo por email, já que nem todos conseguiam visualizá-lo na internet. Além disso, sites especializados em música na França e na América Latina noticiaram o novo clipe. ;Percebemos nosso sucesso internacional quando todos os dias recebíamos vídeos de gente dançando e curtindo o nosso som em todo o planeta: da Suécia a Argentina. É maravilhoso ver a nossa música e a nossa dança se espalhando pelo mundo;, completa Mike.
Trilha do futebol
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MC Guimê, um dos nomes mais conhecidos do funk ostentação, também faz sucesso fora do Brasil. No ano passado, ele lançou a canção País do futebol, que faz parte da trilha sonora da novela Geração Brasil. A repercussão foi tão grande que acabou virando um tema não oficial da Copa do Mundo.
;Fico muito feliz porque a minha música foi eleita pela galera. Vou atingir o público de qualquer maneira, oficialmente lançado pela Copa ou não;, revela, em entrevista recente à Folha de S. Paulo.
O motivo do sucesso é simples. Gravado em parceria com Emicida e com participação de Neymar no clipe (o astro é citado na letra da canção), a música mostra o sonho de todo brasileiro de um dia se tornar um jogador de futebol.
;Entre house de boy, beco e viela/Jogando bola dentro da favela/Pro menor não tem coisa melhor (...)/ Campão, barro na canela/Maloqueiro, fut, talento/É arte de chão, ouro de favela;, diz a letra da música do paulista.
Em destaque
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Os grupos Rio Shock e Bonde do Rolê já são conhecidos internacionalmente por exportarem o funk. Porém, com a Copa, eles viram o sucesso aumentar. O primeiro é um projeto do produtor e DJ João Brasil em parceria com MC Sabará, Dannie, Safadin Dancy e Filipe Raposo. Entre os sucessos, estão Moleque transante e a recente Sensualizar, que integra o disco Bem Brasil, produzido pelo inglês Fatboy Slim.
;Acho incrível esse destaque do funk. O interesse realmente aumentou, temos que aproveitar isso para mostrar nossa cultura, da música folclórica à música eletrônica;, defende João Brasil.
Para o produtor, o Bonde do Rolê, que está dominando as redes com o remix Na Copa do Brasil só vai ter craq, é um dos grupos que ajudou na disseminação da cultura do funk brasileiro para o resto do mundo.
;É uma banda que adoro e sou fã, eles foram e são muito importantes, misturando punk e funk carioca e cantando em português. Eles conquistaram toda uma cena underground americana e europeia;, completa João Brasil.
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