O diretor Wes Anderson pode até minimizar os feitos e os efeitos que alcança com o mais recente filme, O Grande Hotel Budapeste, ao assumir que resultou de um ;pastiche dos maiores sucessos do Leste Europeu;. Quando fala assim, esse americano, de 45 anos, se refere mais precisamente à atmosfera que recobre o mais ambicioso e bem recebido dos oito longas já criados. Não é à toa que, entre mashups das técnicas antigas de filmagem e o caldo das adorações por diretores do porte de Godard, Fellini e dos mais modernos Peter Bogdanovich (A última sessão de cinema) e Mike Nichols (A primeira noite de um homem), brote uma referência mais incisiva dirigida a um pintor romântico, o alemão Casper David Friedrich, produtor de arrebatadoras paisagens.
;O tipo de sensibilidade de Wes Anderson é raro;, já demarcou um de seus grandes admiradores, Martin Scorsese. Depois de moldar, nas telas, famílias disfuncionais (Os excêntricos Tenenbaums), casais inusitados (Três é demais) e aventuras subaquáticas de um pesquisador (A vida marinha com Steve Zissou), fica difícil despistar, quando se ressalta a peculiaridade dos tipos retratados. ;Normalidade não é exatamente o que você procura, quando você pretende criar um personagem interessante;, disse ele, na divulgação de O Grande Hotel Budapeste. Depois de, na originalíssima animação O fantástico Sr. Raposo, ter embutido contravenções num pacato mamífero pai de família, agora, é a vez de tornar o concierge Gustave (Fiennes) suspeito de um plano criminoso.
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