Trabalhado com calma, o álbum demorou três anos para ser construído pelos Titãs, que conta hoje com Paulo Miklos na guitarra e nas vozes, Branco Mello no baixo e nas vozes, Sérgio Britto no teclado e, às vezes, no baixo, e Tony Bellotto na guitarra e no violão, além de Mario Fabre como músico convidado para a bateria. As letras de Nheengatu são fortes, alicerçadas sobre críticas à política e a outros temas do Brasil e pensadas ao longo de várias reuniões coletivas. Uma das faixas, Cadáver sobre cadáver, também contou com a participação do ex-titã Arnaldo Antunes.
Mas vocês ainda estão em atividade. Você usa internet para ter noção do que o público acha dos seus shows, dos seus trabalhos?
Claro. Uso as redes sociais, o Facebook oficial dos Titãs, o Twitter e o Instagram. A proximidade possibilita esse termômetro. Sabemos e ouvimos críticas, a gente lê. Com isso, tem um trânsito de ideias, é muito estimulante. Às vezes, é inspirador também. É fantástico fazer um trabalho e senti-lo instantaneamente. Agora, com novo disco saindo, já ouvimos as pessoas comentando ;estou ouvindo agora;, e vemos a impressão delas. Isso é muito genial;
Tá, é genial quando as críticas são boas; Mas quando são ruins, acho que não, né?
Não, nada disso! As pessoas falam mal também. Sabe aquela história dos haters da internet? Tem mais gente falando mal, jogando pedrada, do que gostando. Acho que quem gosta fica com preguiça de falar. Na hora de detonar, fazem questão. E, quando isso acontece, vou banindo geral, é um prazer que tenho no final do dia, cortar umas cabeças na internet (risos)"
E o que essa maturidade, essa carreira longeja, o traz para os Titãs?
"Traz muita coisas boas, e só. Coisa ruim, não traz. Também é uma grande realização você saber que tem fãs que acompanham você há anos e, também, saber que pessoas até hoje se interessam em saber do seu trabalho, saber que você pode movimentar pessoas e instigar o público. Essa é a nossa intenção, nos impomos desafios. Isso, na medida do tempo, sempre foi nossa tônica, isso está no DNA do grupo. O passar do tempo só mantém a gente com a mesma energia e mesma gana do começo. Cada disco, encaramos como o primeiro. Sempre arriscamos"
E a saída dos integrantes, que ocorreu algumas vezes durante a carreira de vocês, como te afetam?
Para mim, não é um problema. É algo que sabíamos que aconteceria normalmente. Nosso projeto tinha 8 integrantes, que começaram no primeiro disco, lá atrás. Por mais que não nos déssemos conta no início, as saídas eram algo esperado de se acontecer. No caso do Arnaldo (Arnaldo Antunes), ele ja este neste disco, com parceria. Com o Nando (Nando Reis) e o Charles (Charles Gavin) tenho uma relação. Inclsuive de parceria e de contribuição para o trabalho do grupo ainda. Essas coisas são naturais, a gente saber conviver, temos clareza daquilo que desejamos para o trabalho e temos boas relações humanas. Temos vínculo muito forte, afetivo, crescemos juntos, nada é um problema. É tudo questão da nossa intimidade e proximidade".
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