Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Descaso e burocracia comprometem acervos de artistas que são a alma do DF

A memória de jornalistas, como Reynaldo Jardim, e de artistas, como Athos Bulcão, podem acabar no esquecimento por causa de problemas com o governo



Desde a morte do poeta, artista gráfico e jornalista Reynaldo Jardim, em fevereiro de 2011, Elaina Daher tentava conseguir com que alguma instituição abrigasse o acervo do marido, poeta, artista gráfico e um dos jornalistas mais inventivos da história da imprensa brasileira. Elaina bateu à porta de todas as instituições possíveis em Brasília e recebeu respostas de cordial indiferença burocrática.

Sentiu-se humilhada como se o acervo tivesse valor exclusivamente sentimental e só interessasse a ela e à família. O material estava guardado em uma casa no sítio próximo a Samambaia, mas, no ano passado, ocorreu uma terrível tempestade que encharcou todos os papéis deixados pelo poeta e jornalista.

Elaina e os filhos entraram em pânico e usaram até secador de cabelos e ferro de passar roupa na operação desesperada de salvamento. Mila Hungston, diretor da Biblioteca do MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova York, sempre a assediou visando levar a coleção original do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil (SDJB) com a diagramação do manifesto do movimento Neoconcreto (assinado por Ferreira Gullar, Lygia Clark, Ligia Pape e Reynaldo Jardim) para os Estados Unidos. No auge do desespero, Elaina enviou uma mensagem a ele e perguntou se ainda havia interesse no material. Em 72 horas, Hungston estava em Brasília, contratou uma empresa para fazer um documento de exportação e outra para transportar tudo.

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