Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Exposição no Rio exibe fotografias e documentos da ditadura

Registros de uma Guerra Surda também apresenta ao público o documento original do Ato Institucional Número 5, decretado no fim de 1968



Registros de uma Guerra Surda também apresenta ao público, na sede do Arquivo Nacional, no centro do Rio, o documento original do Ato Institucional Número 5 (AI-5), decretado no fim de 1968. A mostra também exibe correspondências de autoridades militares minimizando denúncias de tortura a presos políticos, divulgadas no exterior por organizações defensoras dos direitos humanos, como a Anistia Internacional.

Movimentos de reação ao golpe, incluindo uma imagem do congresso da União Nacional de Estudantes (UNE) em Ibiúna (SP), realizado de forma clandestina em 1968, também constam da exposição. No congresso, foram presas centenas de pessoas, como o político José Dirceu e o jornalista Franklin Martins, líderes estudantis na época.

;O congresso de Ibiúna foi o último por muitos anos. Depois desse ataque, o movimento estudantil foi completamente desarticulado, em uma época em que o movimento sindical já estava desarticulado e só retornou em meados da década de 70;, disse Viviane.

Outro destaque é a listagem original de nomes de militantes presos entregue aos militares que deveriam ser trocados pelo diplomata alemão Ehrenfried Anton Theodor Ludwig Von Holleben, sequestrado por um grupo de resistência ao regime.

A exposição fica em cartaz até domingo (18), entre 8h30 e 18h, e integra o seminário Ditadura e Transição Democrática ; Cinco Anos de Memórias Reveladas nos 50 Anos do Golpe de 1964. O evento inclui ainda um debate sobre a fotografia na ditadura. Intitulado Retratos da Resistência: a Ditadura na Lente dos Fotógrafos, o debate será às 14h, na quinta-feira (15), na sede do Arquivo Nacional.