O que é que a Bahia tem? é uma exposição sustentada em três nomes que marcaram a literatura, música e artes visuais não só do estado nordestino, mas de todo o Brasil. Em homenagem ao centenário de nascimento do compositor Dorival Caymmi e lembrando o escritor Jorge Amado e o artista Carybé, a mostra pode ser vista no Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera, até 6 de junho. ;A exposição pretende criar essa atmosfera mágica da Bahia, onde se encontra tudo ou quase tudo;, explica o diretor do museu e curador da exposição, Emanoel Araujo.
O amplo material traz as referências da arte baiana desde o século 18. Podem ser vistas, por exemplo, obras de Joaquim José da Rocha, que pintou o teto da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. ;Pelas terras banhadas pela Baía de Todos os Santos, uma longa história se formou nos últimos 465 anos, a começar pelo encontro de Diogo Álvares Correia, o Caramuru, salvo de um naufrágio, com os tupinambás, logo desposando a índia Catarina Paraguaçu;, ressalta o curador.
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[SAIBAMAIS]A arte moderna está representada pelas esculturas e pinturas de Carybé, além das tapeçarias e Genaro de Carvalho ao lado de obras de Mário Cravo e Carlos Bastos. Não falta a Bahia vista pelo do cinema, apresentada nos documentários de Alexandre Robatto. O cineasta filmou em meados do século 20 obras como A Pesca de Sarel, O Regresso de Marta Rocha e A Puxada de Rede, que serão exibidos para o público.
Estão também a disposição do visitante as primeiras edições de clássicos de Jorge Amado, como Tieta do Agreste, Mar Morto e Tocaia Grande. ;É uma exposição aberta para todos os seguimentos que explicam o universo da Bahia;, enfatiza Emanoel ao lembrar que as letras são complementadas por um extenso acervo de imagens.
Tem destaque o Barroco Rebolado, série de fotografias de Sílvio Robatto de detalhes de ícones da paisagens e arquitetura baiana. ;Um trabalho de manipulação fotográfica dos anos 1970 e 1980, onde ele injeta elementos visuais abstratos;.
As músicas de Caymmi foram inspiração para artistas visuais em um conjunto de obras que comemorou os 90 anos do compositor e que faz parte do acervo do museu. São 14 obras assinadas por nomes como Regina Silveira e Arnaldo Antunes.
O curador alerta, entretanto, que a citação dos nomes importantes e as descrições dos trabalhos são pouco perto da força da coleção exposta. ;É preciso estar lá para ver. Não se pode traduzir só em palavras, porque a Bahia é mais do que palavras;, finalizou Emanoel.