Como foi o primeiro envolvimento com a música, já que começou a carreira artística como atriz?
Eu já cantava antes de ser atriz, a música é uma coisa que sempre esteve na minha vida. Comecei a tocar aos 15 anos. Aos 16, ganhei meu primeiro violão. Fiz parte do coral da congregação baiana e, na minha escola, naquele período, abriu um curso de teatro. Ele foi muito importante, me expandiu e me conscientizou. Mas a música era uma coisa muito natural para mim. Só que eu não tinha a menor pretensão. Não tinha uma ganância de ser atriz ou de ser cantora. Quando comecei a fazer teatro, as pessoas me elogiavam. Ganhei mais consciência.
E como o teatro influenciousua carreira?
Até hoje a minha performance no palco tem uma base do teatro. Meu trabalho de interpretação tem a ver com isso. O Brasil é um país muito desequilibrado na questão de oportunidades. Não existe, ainda, um projeto real para potencializar as oportunidades do povo brasileiro e valorizar os seus talentos. A parte artística é deixada aquém. Apesar de ser um país forte, não há um investimento do governo para transformar a realidade do povo brasileiro. A miséria do povo segue sendo um legado para a continuação do desequilíbrio. Falta uma visão mais progressista real em relação ao que a gente está passando. Faltam carteira nas escolas, falta estudo, vivemos uma violência terrível. É isso aí que nos falta.
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