Todo a coleta levou Viana a chegar a 100 horas de voo. Do tempo no ar, surgiu intimidade com a paisagem. ;Descobri que Brasília tem 365 dias de luz diferente. Às vezes, passava em um lugar às 6h e, no dia seguinte, no mesmo horário, a luz era diferente. Bastava comparar nas fotos;, detalha.;Ao longo do projeto, fui vendo como as coisas funcionavam. Para certos lugares, fui de três a quatro vezes, para encontrar o melhor ângulo. Sobrevoei a Esplanada, por exemplo, de 10 a 20 vezes.; O apuro no olhar garantiu o registro do entardecer na alvorada, foto que estampa duas das 320 páginas do impresso.
O gosto por voar apertou o prazo da designer e da curadora. ;Pediram que eu parasse. Toda vez eu descobria algo novo;, brinca ele, que decolou pela última vez a um mês da estreia. Só cinco fotos são do projeto anterior. ;Meu desejo é mostrar uma Brasília desconhecida mesmo para os brasilienses. A cidade é exposta, fora, por escândalos de corrupção, mas é belíssima: a única projetada, construída e tombada em menos de 100 anos. Quero encantar pessoas, relevar essa cidade oculta, a nossa capital.;
Outros projetos entram no foco do autor, passada série de eventos do lançamento do livro. Dos milhares de cliques, dados em voos de duas a três horas, restou vasto acervo ainda inédito.;É muito prazeroso construir um livro. Ano que vem, quero publicar outro, com o Entorno de Brasília;, revela ao Correio. Entre as paisagens já capturadas, estão pontos da Chapada dos Veadeiros e Pirenópolis.
Também na esteira, publicação prestará tributo a Oscar Niemeyer. ;Pretendo fazer, ainda neste ano, um livro com as obras dele pelo país;, adiantou. Serão coletadas, conforme o projeto, monumentos com a escultura do arquiteto em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Minas Gerais. ;Há, por exemplo, uma miniapoteose dele em São Luís do Maranhão, antes de uma feita no Rio;, acrescenta.