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Diversão e Arte

Revista britânica elege brasileira como melhor cozinheira do mundo

Eleita a melhor chef do planeta, Helena Rizzo chamou a atenção dos especialistas por cozinhar com "inovação e alma". Segundo a gaúcha, a valorização dos ingredientes brasileiros e das trocas de experiência permitiu o título

 A nossa cozinha está diretamente ligada às nossas histórias (memórias, passado) e a como
                        percebemos o mundo hoje (o cotidiano, as coisas do dia a dia) (...) Buscamos sempre esse
                        movimento de olhar para dentro e para fora Helena Rizzo, chef do Maní

Gaúcha, quase arquiteta e ex-modelo. Agora, a melhor chef do mundo. Helena Rizzo, do restaurante paulista Maní, até tentou seguir caminhos profissionais fora da cozinha. Mas foi entre panelas, forno e fogão que se encontrou, e trilha uma carreira que acaba de lhe render um título inédito concedido pela revista britânica Restaurant. Na próxima segunda-feira, em Londres, ela receberá, aos 35 anos, o prêmio Veuve Clicquot, categoria que seleciona a representante feminina de maior destaque mundial.

Criado em 2011 especialmente para premiar as chefs, o Veuve Clicquot elegeu nos anos anteriores a francesa Anne-Sophie-Pic (restaurante Pic), a italiana Nadia Santini (restaurante Dal Pescatore) e a espanhola Elena Arzak (restaurante Arzak). Humilde, a primeira brasileira a ganhar o título se diz feliz, mas ressalta o trabalho de outras profissionais da área. ;Eu não sou e nunca pretendi ser a melhor do mundo, até porque esse é um julgamento difícil. Mas, claro, me sinto honrada com esse prêmio;, reflete.

Na cozinha, Rizzo combina os ingredientes e sabores únicos encontrados no Brasil com o aprendizado reunido durante os anos que passou na Europa. A jornada da chef começou cedo, aos 18 anos, quando se mudou de Porto Alegre para São Paulo a fim de tentar seguir a carreira de modelo. Ela descreve que foi se direcionado para a gastronomia de forma natural e afirma que a decisão de trabalhar na área foi fruto de coincidências. ;Adorava cozinhar desde cedo. Como tinha muito tempo livre, fui atrás de estágios. Fui me apaixonando e, pouco a pouco, deixando os trabalhos como modelo. Morei no exterior fazendo estágios e trabalhando. Quando percebi, estava mergulhada no universo da gastronomia;, relata.

As etapas percorridas vão desde o primeiro trabalho como garçonete em um catering (serviço similar ao bufê); passando pelo estágio na cozinha do restaurante francês Boanne, sob a tutoria do chef Emmanuel Bassoleil; por uma temporada na Europa que incluiu um ano na Itália e três na Espanha até, finalmente, chegar ao Maní, Aberto em 2006 e localizado no bairro Jardim Paulistano, em São Paulo, o restaurante apresenta uma proposta que prioriza o cultivo orgânico em uma cozinha contemporânea.

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