Durante algum tempo, Evandro Vieira, mais conhecido como Evandro Esfolando, fez malabarismos entre a vida de músico da banda Quebraqueixo e a ocupação de quadrinista, até descobrir as ;bandas desenhadas;, designação usada em Portugal para falar de projetos que uniam música e ilustrações. Foi, então, que surgiu a ideia de desenvolver um CD integrado a um livro com imagens. Este ano, Evandro e sua banda, que foram contemplados com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), devem percorrer 20 escolas públicas com o festival itinerante Rock e Quadrinhos. Além de shows, os alunos participam de oficinas para aprender a desenhar.
Não satisfeito, Evandro também desenvolve, há três anos, o Rock vs Comics. Trata-se de resenhas musicais em forma de quadrinhos, iniciativa que virou livro em 2013. O organizador da Feira de Gibi acredita que ;o momento é fértil para as HQs, os eventos têm um público cativo;. Ele participa, em julho, como único representante brasileiro de um festival em Paris dedicado à música e às tirinhas.
Outro brasiliense no debate é o ilustrador Gabriel Góes. Ele já adaptou clássicos da literatura brasileira para a linguagem das graphic novels com roteiro de Arnaldo Branco ; Vestido de noiva e Um beijo no asfalto, ambas de Nelson Rodrigues. Góes concorda com os bons ventos para os quadrinhos e destaca o papel da internet. ;Na rede, é muito fácil publicar, divulgar o trabalho. Essa nova geração também já sabe aproveitar melhor os recursos de editar, montar o trabalho;, aponta.
Os sites de financiamento coletivo também ajudam: ;Hoje, muita gente consegue apoio para projetos através do Catarse (catarse.me), é uma forma de publicar mais fácil e independente;, diz. Ele participa da revista SAMBA e deve lançar o novo trabalho autoral, a série Flores, no próximo mês.