<img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2014/04/13/422704/20140411171531988531i.jpg" alt="Naomi Wolf: %u201CMuito do que as mulheres precisam hoje é dito silenciosamente%u201D" /><br />Foi em um consultório médico, há cinco anos, que a feminista norte-americana Naomi Wolf teve uma das maiores surpresas de sua vida. Na época, aos 47 anos, ela percebeu uma diminuição na intensidade dos orgasmos e decidiu consultar um médico. O diagnóstico foi revelador: uma queda ocorrida há mais de duas décadas havia comprometido o nervo pélvico e, ao longo dos anos, a compressão piorou. <br /><br />[SAIBAMAIS]Essa estrutura, Naomi aprendeu no consultório, percorre a coluna e desemboca na vagina com um conjunto de ramificações cujo tamanho e localização exata são diferentes em cada mulher. Consequentemente, o orgasmo depende da anatomia de cada uma e tem um componente fisiológico muito maior do que Naomi imaginava. A descoberta era novidade para a feminista e serviu de catalizador para um projeto há muito acalentado: um livro sobre a história da vagina. O tema também vai render parte da discussão da qual a autora participa hoje, durante o seminário Literatura no feminino, na 2; Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Naomi divide a mesa com a antropóloga Débora Diniz. <br /><br /><em>Vagina: uma biografia</em> frequentou algumas listas de mais vendidos nos Estados Unidos, mas não chegou a ser um enorme sucesso de vendas. Foi, isso sim, um enorme sucesso de mídia. Esteve em muitas manchetes, especialmente depois de a Apple censurar o título na loja virtual, detalhe que deu a Naomi mais material para explicar a existência do livro.<br /><br /><em>Em Vagina -- uma biografia</em>, a feminista norte-americana explora a história do órgão sexual sob diversas perspectivas. A partir de uma experiência pessoal -- um problema de saúde que a fez descobrir como funcionavam os nervos do corpo que desembocam na vagina --, Naomi traça uma história da sexualidade feminina. A autora, que fala hoje na bienal, conversou com o Correio pelo telefone, de Nova York, onde mora.<br /><br /><strong>Equívocos</strong><br /><br />Nossa ideia do ciclo sexual feminino é meio empacada. Virgina E Johnson (pesquisadora dos anos 1960) via a resposta sexual da mulher do ponto de vista do desejo e do orgasmo dos homens, mas na verdade, é muito, muito diferente para o homem. A nova ciência mostra que tem mais a ver com o nervo neural da mulher, uma diferença anatômica que hoje é perfeitamente conhecida. Eles (os cientistas) descobriram que o clitóris é muito, muito maior do que qualquer pessoa jamais imaginou e se estende em direção à pelvis como uma ramificação e uma estrutura neural única. Isso explica porque apenas 30% das mulheres conseguem ter orgasmo toda vez que querem e 30% não consegue. Quando a mulher tem ambas as suas partes estimuladas ao mesmo tempo, em 90% dos casos ela consegue ter um orgasmo.<br /><br /><strong>Mulheres X Homens</strong><br /><br />O sistema neural da mulher é diferente do do homem. Então, o que faz o homem atingir o orgasmo é mecanicamente muito similar de homem para homem, mas não psicologicamente. Na mulher, o sistema pélvico tem entre oito e nove emaranhados diferentes de nervos. Alguns terminam no clitóris, o que nós sabemos bem, mas alguns terminam no cérvix, outros nas paredes da vagina, alguns no períneo, o que explica porque muitas mulheres, depois de dar à luz, relatam infelicidade no casamento. Algumas ramificações terminam no ânus e há todo tipo de terminação. A coisa mias incrível é que cada uma é diferente da outra, cada uma é única. A importância disso é que cada mulher deve ser aprendida e compreendida, com muito cuidado, de acordo com suas próprias caraterísticas.<br /><strong><br />Feminismo X Direitos Humanos</strong><br /><br />O que mudou? Boa pergunta. Alguns movimentos femininos se aprofundaram mais do que em qualquer revolução e a mídia quase nunca reflete sobre isso. A mídia revela várias histórias de sucesso, todos esses problemas que eram muito marginais em 1993 e somente dedicam atenção aos pensamentos feministas quando se trata de tráfico de seres humanos, escravas sexuais, levar contracepção para áreas rurais no mundo inteiro. Há tantos problemas centrais para o desenvolvimento de políticas sociais ; o estupro, conflitos que não estão resolvidos ou consertados ;, mas a maioria das pessoas reconhece que esses problemas são do âmbito dos direitos humanos, não são questões feministas. Mulheres submetidas à violência, ao estrupro, ao assédio sexual, mulheres que são propriedades de outros em lugares nos quais elas sequer têm direitos. Em todo aspecto da sociedade ainda há uma questão de igualdade baseada no gênero. Eu diria que isso é um trabalho para as feministas tanto quanto para qualquer outra pessoa. Toda vez que uma mulher é agredida, isso é um sinal de fracasso e nós temos que consertar isso. <br /><br /><strong>II Bienal Brasil do Livro e da Leitura</strong><br /><br /><em>Até 21 de abril, na Esplanada dos Ministérios. Visitação das 10h às 22h. Entrada franca </em><br /><br /><strong>Literatura no feminino</strong><br /><em><br />Com Naomi Wolf e Débora Diniz. Às 18h30, no Auditório Nelson Rodrigues.</em><br /><br />A matéria completa está disponível <a href="http://publica.correiobraziliense.com.br/app/noticia/#h2href:{%22titulo%22:%22Externo:%20http://impresso.correioweb.com.br/cadernos/diversao-e-arte/capa_diversaoearte/%22,%22link%22:%22http://impresso.correioweb.com.br/cadernos/diversao-e-arte/capa_diversaoearte/%22,%22pagina%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22modulo%22:{%22schema%22:%22%22,%22id_pk%22:%22%22,%22icon%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22id_treeapp%22:%22%22,%22titulo%22:%22%22,%22id_site_origem%22:%22%22,%22id_tree_origem%22:%22%22},%22rss%22:{%22schema%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22},%22opcoes%22:{%22abrir%22:%22_self%22,%22largura%22:%22%22,%22altura%22:%22%22,%22center%22:%22%22,%22scroll%22:%22%22,%22origem%22:%22%22}}">aqui</a>, para assinantes. 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