E o Redescobrir, em homenagem a Elis. Você trouxe o público dela até você?
O Redescobrir era um show família. E tinha uma expectativa do bem. De saudade boa. Eu via isso estampado no rosto das pessoas e falei: ;Bicho, ainda bem que eu fiz isso agora;. Eu subia no palco com medo. Medo de fazer tudo errado, mas quando você vê; O primeiro show que eu fiz foi em Porto Alegre. Tinha 70, 80 mil pessoas cantando aquelas canções em um coro. No momento do show que eu falava da minha mãe como minha amiga, como minha companheira, como parceira de palco, eu via as mães se emocionando. Eu vi pais se emocionando. Eu vi filhos se emocionando. Isso mexeu muito com o geral.
Com pouco mais de dez anos de carreira e tanto sucesso, já da para se sentir plenamente realizada?
É lógico que não (risos). Tem tanta coisa que eu ainda quero fazer. Eu sou muito inquieta. Eu tenho muito orgulho de ter encontrado o meu lugar no mundo. Eu vivo de música e isso é uma honra. A perspectiva é essa. Hoje, o que eu já fiz é incrível. E até o último dia da minha vida eu vou continuar fazendo isso. Eu tenho muitos projetos na cabeça. Tenho vontade de fazer muita coisa. Trabalhei em estúdio por muito tempo. Gostaria de saber mais sobre essa coisa de mexer nos periféricos, na mesa. Essa coisa de direção de show, gostaria de dirigir outros artistas. Gostaria de musicar. Gosto de escrever. Tem muita coisa que eu ainda gostaria de fazer.
Como é a Maria Rita no dia a dia?
Eu gosto de ver filme, gosto de passear com as crianças. Faço muito o que eles querem. Passear na rua, passear no shopping, no restaurante. Eu me sinto segura de sair. Não vivo em uma faixa de gaza de paparazzi. Sei onde eles estão. Se eu não tô a fim de me expor, eu não vou. Se estou, eu vou. Então eu gosto de receber pessoas em casa também. A abordagem dos fãs é muito tranquila.
O que você coloca para seus filhos ouvirem em casa?
De tudo um pouco. Tem desde Pharrell Williams e Michael Jackson a Moraes Moreira e Maria Rita (risos).
E o que você viu recentemente no cinema?
Um filme que me abalou as estruturas, que eu achei tão doce, tão bonito, foi Walt nos bastidores de Mary Poppins. E Doze anos de escravidão, esse me derrubou. Mexeu muito comigo. Ah, o Mordomo da Casa Branca também mexeu muito comigo. A questão racial mexe muito comigo. Tenho um centro de justiça muito reto e isso me faz sofrer muito. Mas ultimamente eu não sofro, eu fico irritada, eu fico brava. Estamos vivendo um momento muito nebuloso. O brasileiro é um povo muito sofrido. Vemos impunidade, mentira, oportunismo, a gente sabe que não tem pra onde correr. Tá estranho o negócio. A maternidade me faz conversar muito sobre valores com meus filhos. Pretendo instigar o senso crítico e os valores deles.
O repórter viajou a convite da Universal Music.