Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Designers gráficos brasilienses estão entre os melhores do mundo

Diversidade cultural e criatividade dos artistas atraem grandes estúdios

Nos bastidores de uma grande empresa de efeitos visuais do cinema, o brasiliense Gustavo Yamin se destaca. Ele se formou em desenho industrial pela Universidade de Brasília (UnB). Trabalhou 12 anos com publicidade no Brasil, antes de ser descoberto por um caça taletos. "Recebi uma oferta para fazer parte de um novo time de efeitos visuais na época. Era um desafio trabalhar com cinema, mas aceitei. Hoje, trabalho para clientes que exigem sigilo absoluto em tudo o que fazemos e como operamos", revela.

Há sete anos, Gustavo vive em Vancouver, no Canadá, onde trabalha na Industrial Light & Magic (ILM). A empresa faz parte do grupo Lucasfilm, que, hoje, é propriedade da Walt Disney Corp. A ILM foi fundada na década de 1970, a fim de desenvolver a tecnologia necessária para produzir os efeitos visuais do primeiro filme da série Guerra nas Estrelas.

"Integro a equipe de ;generalistas;, artistas digitais com experiência no uso de técnicas e ferramentas múltiplas para criar, especificamente, cenários e paisagens virtuais. Entramos em ação quando o roteiro pede uma vista de um local impossível de ser fotografado, uma paisagem que não existe em nenhum lugar do planeta, ou cenários impossíveis de serem construídos dentro de um estúdio de filmagem", conta Gustavo.

O designer brasiliense trabalhou em vários filmes campeões de bilheteria, como Eclipse, da Saga Crepúsculo, Elysium, lançado em 2013, Capitão América ; o soldado invernal e Transformers ; a era da extinção, esses dois últimos com estreia marcada para este ano. ;Na correria diária, é fácil perder a noção de que estamos trabalhando em algo que vai ser visto por milhões de pessoas pelo mundo afora. São meses de trabalho. Quando os efeitos, roteiro e direção alcançam juntos um nível excelente, o projeto se torna ainda mais estimulante;, pondera Gustavo.

Portfólio de peso
O caminho tão esperado para o reconhecimento parece muitas vezes impossível de ser alcançado. Não há uma fórmula de sucesso ou uma cartilha que ensina-me qual direção seguir. No caso de Rogerio Lionzo, foi uma mistura de criatividade, trabalho e vontade de fazer algo diferente. Ele é mais um talento que se formou em desenho industrial na UnB. Em 2006, fundou o Estúdio Mopa, com Daniel Gizo, Alline Luz e Felipe Cavalcante. Juntos eles trabalharam para clientes nacionais e internacionais. Os trabalhos realizados com o estúdio trouxeram experiência e visibilidade.

;O Mopa foi muito importante no meu crescimento como designer, no amadurecimento nas relações com clientes e nos processos de trabalho. Era um estúdio onde todos lidavam com os clientes, com a parte administrativa e também executavam os projetos. Começamos a palestrar em grandes eventos de design no Brasil e no exterior. Quando me mudei para Nova York, já havia trabalhado com algumas pessoas da cidade anteriormente e isso foi essencial para a minha entrada no mercado aqui;, lembra Rogério.

Em 2009, ele se mudou para os Estados Unidos com o objetivo de se juntar ao time da agência Syrup como diretor de arte. Em 2011, foi convidado pela HP para criar uma série de artes de wallpapers que foram lançadas em todos os computadores da marca naquele ano. Atualmente, Rogério atua na Aruliden, empresa nova-iorquina de design. ;Trabalho com estratégia e design para vários clientes, como Puma, Motorola e Hugo Boss, na atualização e estruturação dos elementos de comunicação e identidade visual dessas marcas, assim como a criação de identidades para novas empresas. É uma área muito variada, passando por logotipos, embalagens, vídeos e websites;, diz.