Não era o mundo das artes plásticas que fascinava Sérgio Carvalho lá pelo fim da década de 1990. Na época, o advogado se encantava mesmo era pela música e se enfronhava no mundo da produção musical de Brasília. Produziu discos de Beth Ernest Dias, Fernanda Aquino e Renato Vasconcelos. Aos poucos, começou a comprar obras de arte. E a gostar. O apreço cresceu e as compras isoladas viraram mania antes de começar a tomar forma de coleção. ;Hoje, sou viciado;, brinca Carvalho.
A música ainda tem lugar cativo na vida do advogado, mas a arte ganhou lugar afetivo e físico. Em casa, ele construiu uma reserva técnica que logo ficou pequena. Aos poucos, precisou distribuir as obras pelo escritório e casa de amigos e parentes. Ao todo, ele contabiliza mais de 1,3 mil obras em uma das maiores coleções privadas de arte contemporânea de Brasília.
A curadora Denise Mattar conhece Carvalho há algum tempo e acompanhou o crescimento da coleção. Quando recebeu a proposta de realizar uma exposição no Paço das Artes, em São Paulo, fez uma conexão curiosa: Carvalho admira artistas jovens, em início de carreira, e boa parte dos nomes guardados na casa no Lago Sul passou pela instituição paulista, conhecida pela vocação para incentivar novas gerações. Duplo olhar, em cartaz no Paço das Artes de São Paulo, reúne 116 obras da coleção de Sérgio Carvalho, organizadas didaticamente em grupos cujas temáticas ajudam a fazer um panorama das questões que preocupam os artistas brasileiros contemporâneos.
Duplo olhar
Exposição da coleção Sérgio Carvalho. Curadoria: Denise Mattar. Visitação até 6 de abril, no Paço das Artes (Cidade Universitária, SP).
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