Quando, em 1916, Donga registrou o samba Pelo telefone, criação coletiva dos compositores que frequentavam a casa de Tia Ciata, no Rio de Janeiro, ele deu início à trajetória do gênero que, durante quase 100 anos, se tornou um dos principais ícones da cultura brasileira. Abre-alas do carnaval e matéria-prima da bossa nova, sempre associado à identidade nacional, o samba soube, em parte, preservar a essência e louvar seus edificadores.
Contudo, por vezes, o estilo fugiu às raízes. Em alguns momentos, transfigurou-se a ponto ficar irreconhecível. Hoje, convivem harmoniosamente partideiros, malandros do morro, pagodeiros, carnavalescos e bossanovistas. Mas o samba ainda tem força suficiente para ser o símbolo musical do país?
O jornalista e historiador José Ramos Tinhorão defende que não. ;O samba, como qualquer gênero de música popular, envelhece, passa. Ele é produto de uma época, e responde a uma série de expectativas das pessoas daquele tempo;, diz ele, lembrando também o caso do jazz nos EUA. A opinião radical de Tinhorão contrasta com a dos artistas ouvidos pelo Correio. ;O samba não vai morrer nunca;, diz Leci Brandão, ;o que acontece é que a mídia só mostra a turma que vai à academia, tem roupa de grife, olhos claros. A mídia exclui a velha guarda e sempre foi assim.;
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