Sob o título Não se assuste com o caos, um dos nove espaços convida o visitante a ficar descalço para percorrer uma sala transformada em uma estranha selva de poliamida branca que se transforma sob seu peso. Este tecido também dá corpo a "Humanoides" (2001), pequenas figuras que se moldam ao abraço do visitante.
Seguem instalações como Tambor (2010), um piano de cauda preso por uma gigantesca rede bicolor repleta de instrumentos de percussão, ou Nave Útero Capela II (2013), tipo de catedral translúcida concebida para estimular os sentidos.
Nascido no Rio de Janeiro em 1964, Neto "sempre quer que suas obras sejam táteis, que possam ser atravessadas, cheiradas, sentidas", afirma Joos, ressaltando as técnicas artesanais utilizadas por um artista preocupado em "manter o espírito do escultor que toca com suas mãos".
"Quero que aqui parem de pensar. Se refugiem na arte. Acredito que não pensar é bom, é respirar diretamente da vida", afirma o artista citado pelo museu.
Na inauguração da mostra, na quinta-feira, o brasileiro, acompanhado por dois indígenas da Amazônia com vestes tradicionais e um impressionante cocar de penas, percorreu pessoalmente suas obras - algumas, com a aparência frágil de crochê, suspensas a vários metros do chão.