Berlim - Berlim dá boas-vindas nesta quarta-feiras às estrelas do cinema mundial que chegam para assistir a 64; Berlinale, que abrirá nesta quinta-feira com a exibição de "The grand Budapest Hotel", do americano Wes Anderson, e onde competirá um filme do Brasil.
O representante brasileiro na disputa pelo Urso de Ouro, "Praia do Futuro", é uma coprodução do Brasil e Alemanha, dirigido por Karim Ainouz e protagonizado por Wagner Moura. Filmado em 2012, o filme chega aos cinemas apenas no dia 1; de março.
Filmado em Fortaleza e na capital alemã, o longa conta a história da busca de um jovem por seu irmão que deixou a família para morar na Alemanha.
Já o filme do diretor texano Anderson, que concorre ao Urso de Ouro, tem sido descrito como "uma comédia dramática" com personagens excêntricos, e no qual atuam Adrian Brody, o inesquecível pianista de Roman Polanski, Jude Law, Bill Murray, Edward Norton, Tilda Swinton e Lea Seydoux, entre outros.
Lea Seydoux, que venceu o prêmio de melhor atriz do último festival de Cannes junto a Adele Exarchopoulos por "Azul é a cor mais quente", do francês Abdellatif Kechiche (Palma de Ouro) também protagoniza "La belle & la bête", adaptação para o cinema do clássico conto de fadas "A Bela e a Fera", do francês Christophe Gans, junto a Vincent Cassel, que será exibida fora de competição.
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Anderson, autor de sucessos como "O fantástico Sr. Raposo" e "Três é demais", competiu em 2012 em Cannes com "Moonrise Kingdom", uma história de amor entre duas crianças, na qual atuavam Edward Norton, Bill Murray e Tilda Swinton.
Outros artistas esperados para a competição são Catherine Deneuve, Forest Whitaker, George Clooney, Bruno Ganz, Matt Damon e Uma Thurman.
"Todos somos indígenas"
A edição deste ano terá seção dedicada ao cinema indígena, com filmes de ficção, documentários e curtas-metragens focados em histórias de povos indígenas.
O diretor da Berlinale, Dieter Kosslick, expressou sua satisfação ao apresentar a segunda edição de "Native: uma viagem pelo cinema indígena".
"A Berlinale segue com seu compromisso com o Cinema Indígena", declarou, ao fazer referência ao "choque de culturas que podemos sentir em muitos dos filmes da Berlinale este ano (...) tanto nas selvas brasileiras como nas paisagens da Nova Zelândia".
"Entre o culto dos antepassados e o celular há um grande abismo em que indígenas e não-indígenas podem se perder e, talvez, retornar às raízes para que possam tirar-nos deste pântano", acrescentou.
[SAIBAMAIS]Kosslick explicou que nos filmes indígenas convidados para a Berlinale, "há um encontro entre pessoas com passados diferentes, com estruturas arcaicas que lutam para manter a paz com o mundo de hoje, com protagonistas que tentam definir a si mesmos e seu modo de vida".
Será exibido durante a Berlinale "A terra dos homens vermelhos", do chileno-italiano Marco Bechis, filmado em 2008 e que narra a luta dos indígenas brasileiros da etnia Guarani-Kaiowa para defender seus direitos.
Também serão projetados "Feriado", do equatoriano Diego Araujo, e os curtas-metragens "Filhos da Terra", do peruano Diego Sarmiento, e "Só posso te mostrar a cor " do seu compatriota Fernando Rodríguez Vilchez.
O diretor do festival concluiu sua apresentação dos filmes indígenas citando o diretor australiano Warwick Thornton australiano: "Somos todos índios, tudo que temos a fazer é dar uma olhada para o passado distante".