Desde sexta-feira, é exibida, sem muito estardalhaço, a nova produção estrelada pelo ator Keanu Reeves, 47 Ronins. Nessa história sobre honra de samurais, Reeves foi escalado para viver o papel do servo Aki, sujeito forjado a esconder as emoções para sobreviver em um ambiente hostil a sua presença. O olhar perdido, mirando o infinito, fez de Reeves um sujeito execrado pela crítica cinematográfica e adorado por fãs de uma beleza profundamente encantadora. A globalização está em seus genes descendentes de ingleses, portugueses, irlandeses, havaianos e nos olhinhos levemente puxados, fruto de uma herança genética da avó paterna, que era chinesa.
Ao longo de quase 30 anos de carreira, o ator canadense estrelou produções muito lucrativas, atuou ao lado de grandes ícones do cinema e diretores do calibre de Francis Ford Coppola. No entanto, nunca conseguiu espantar a impressão de ator de poucas expressões. O papel que lhe rendeu o status de ícone pop foi o do programador de computador Neo, protagonista da trilogia Matrix, dirigida pelos irmãos Andy e Lana Wachowski. De 1999 a 2003, ele decodificou códigos com os fãs da série e ajudou produtores a arrecadarem US$ 1,6 bilhão nas bilheterias dos três filmes ; número que não deixa dúvida sobre o poder que emana da Matriz.
E então, veio uma espécie de decadência forçada, em que Reeves alterna entre a participação em filmes mainstream e outros tão filme B, cuja existência nem sequer ouvimos falar. Recentemente, o intérprete trocou de posição e passou a atuar na frente e atrás das câmeras para dirigir e atuar em O homem de tai chi (2012), um longa sobre artes marciais, esporte que pratica desde o início da preparação corporal para Matrix. Para cumprir a experiência, Reeves diz que precisou fazer como Neo e se dividir em muitos. ;Foi difícil porque como diretor preciso ser objetivo e como ator tenho de ser subjetivo. Para fazer as duas coisas, você tem de estar literalmente em dois lugares diferentes ao mesmo tempo;, respondeu.
Assista ao trailer do filme:
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